A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta segunda-feira (30) a Operação Abbraccio, que tem como objetivo desarticular um grupo investigado por promover violência contra mulheres na internet, incluindo incitação à automutilação, estupro virtual, racismo e misoginia. A ação cumpre mandados de prisão e busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em outras seis unidades da federação, além do Distrito Federal.
Em Minas, os mandados são cumpridos em Belo Horizonte, Esmeraldas, Pedro Leopoldo, Buritizeiro, São Sebastião do Rio Verde e Viçosa. No Rio, as diligências se concentram nas cidades de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Até o momento, quatro pessoas foram presas.
As investigações começaram após uma denúncia feita por uma mãe à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, relatando a divulgação de imagens íntimas de sua filha. A apuração revelou uma rede criminosa que atuava por meio de plataformas como Discord, onde as vítimas eram coagidas a realizar atos violentos e de automutilação, muitas vezes registrando os nomes dos agressores com lâminas no próprio corpo.
A operação foi possível após a prisão de um dos integrantes do grupo no mês passado. A perícia em arquivos digitais permitiu à polícia identificar cerca de 80 mil imagens, vídeos e áudios, além de mapear outras vítimas e possíveis envolvidos. O material apreendido nesta segunda será analisado e pode embasar novas prisões e ações judiciais. Até agora, seis mulheres foram identificadas como vítimas do grupo, mas os investigadores acreditam que o número real seja muito maior.
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