A Justiça de Minas Gerais autorizou nesta segunda-feira (16) a progressão para o regime semiaberto de Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Ele foi identificado como o responsável por destruir um relógio do século 17, localizado no Palácio do Planalto, durante a invasão promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão foi assinada pelo juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, município onde o réu foi detido após fugir da capital federal. Ferreira estava preso desde janeiro de 2023, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e confessou ter participado da depredação do patrimônio público.
Na sentença de 2023, o STF considerou Ferreira culpado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, destruição de bem tombado e associação criminosa armada. Entre os danos provocados, o caso do relógio histórico teve repercussão nacional e internacional. A peça, produzida no século 17 pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot, foi um presente à família real portuguesa em 1808 e integrava o acervo do Palácio do Planalto. No início deste ano, o governo federal anunciou que o relógio foi restaurado com auxílio de uma relojoaria suíça.
Com a decisão judicial, Ferreira deixa o regime fechado e deve cumprir os próximos anos da pena em regime semiaberto, com possibilidade de trabalhar durante o dia e retornar ao presídio à noite. O caso segue sendo acompanhado pelas autoridades, dentro das investigações mais amplas sobre os ataques aos Três Poderes.
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