O vereador Evandro Ladeia Guimarães (PL), de Três Corações, no Sul de Minas Gerais, teve seu mandato cassado nesta quarta-feira (4), em uma sessão marcada por intensa discussão e votação apertada. A decisão veio após denúncias de suposto abuso sexual contra a própria filha, menor de idade, que resultaram na avaliação dos parlamentares de que o vereador teria violado o decoro parlamentar e adotado conduta incompatível com o cargo. A cassação foi aprovada com nove votos favoráveis, dois contrários e duas abstenções.
Durante a sessão, Evandro Guimarães se declarou inocente das acusações e pediu que a decisão fosse revista. Ele alegou que o delegado responsável pela investigação teria decidido não prosseguir com o inquérito, sugerindo sua inocência. Para reforçar sua defesa, o parlamentar citou trecho bíblico que remete ao julgamento de Jesus antes da crucificação, buscando transmitir uma mensagem sobre a injustiça que alegava estar sofrendo.
A defesa jurídica do vereador argumentou que a cassação por quebra de decoro exigiria o trâmite completo da denúncia e a conclusão de um julgamento judicial, o que, segundo os advogados, não ocorreu até o momento. Para eles, a cassação seria, portanto, uma punição prematura e injusta a um acusado ainda não julgado. Eles também informaram que o recurso contra a decisão ainda pode ser apresentado.
Apesar das argumentações, a maioria dos vereadores decidiu manter a recomendação da comissão processante da Câmara, culminando na perda do mandato do parlamentar. Evandro Guimarães foi o candidato mais votado nas eleições municipais de 2024 em Três Corações e acumula 21 anos de experiência profissional na indústria e no comércio. Ele é bacharel em Administração e, segundo seu perfil na Câmara, é aluno do professor Olavo de Carvalho, além de ser presidente municipal do Partido Liberal (PL) e coordenador do movimento Direita Minas na cidade.
O caso:
Em março, a Polícia Civil de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar o vereador, por suspeita de abuso sexual contra sua filha de 14 anos. A mãe da menina registrou boletim de ocorrência relatando que o caso ocorreu no dia 1º de março, durante o Carnaval, em Bom Sucesso (MG), quando o pai teria tocado nas partes íntimas da adolescente. A polícia também solicitou uma medida protetiva.
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