A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, na noite do último domingo (25), mais de uma centena de pássaros silvestres que estavam sendo transportados ilegalmente de Minas Gerais para o Rio de Janeiro. A ação aconteceu durante uma fiscalização de rotina na BR-267, no km 303, no município de Caxambu, no Sul de Minas, onde os agentes abordaram um carro com placas de Mangaratiba (RJ). No interior do veículo, foram encontrados 109 trinca-ferros acondicionados em pequenas gaiolas e redes de transporte, sem qualquer tipo de ventilação ou conforto adequado aos animais.
De acordo com informações repassadas pela PRF, os pássaros estavam sendo levados para a cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde seriam vendidos em uma feira popular. O motorista, que confessou ter adquirido os animais na cidade de Campanha, também no Sul de Minas, afirmou que pretendia lucrar com a comercialização dos trinca-ferros, aves muito visadas por seu canto e beleza, mas cuja captura, transporte e venda são proibidos por lei.
A ocorrência foi registrada como crime ambiental, com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), que proíbe matar, perseguir, caçar, apanhar ou vender espécimes da fauna silvestre sem autorização legal. Diante dos fatos, a PRF lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra o condutor, que foi liberado após assinar o documento, se comprometendo a comparecer em juízo quando solicitado.
As aves, junto às gaiolas utilizadas no transporte, foram encaminhadas à Polícia Militar de Meio Ambiente, que será responsável pela identificação das espécies, avaliação do estado de saúde dos animais e adoção das providências cabíveis, incluindo eventual reabilitação e soltura em habitat apropriado. Já o veículo foi apreendido e levado para um pátio credenciado.
A PRF reforça que o tráfico de animais silvestres é uma das principais ameaças à biodiversidade brasileira, especialmente nas regiões de Mata Atlântica, bioma onde espécies como o trinca-ferro encontram-se cada vez mais vulneráveis devido à captura ilegal e à destruição de seus habitats naturais.
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