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Surto de hepatite A triplica casos em BH e acende alerta em autoridades de saúde

Aumento de 265% nos diagnósticos entre janeiro e abril de 2025 mobiliza prefeitura e Ministério da Saúde

20/05/2025 às 12h30
Por: Redação
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Foto: Divulgação
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Belo Horizonte vive um surto de hepatite A com crescimento alarmante de casos em 2025. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 95 pessoas foram diagnosticadas com a doença entre janeiro e abril deste ano, representando um aumento de 265% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 26 casos. O surto tem afetado, principalmente, homens com idades entre 20 e 49 anos, e apresenta maior incidência na região Centro-Sul da capital mineira. Diante da escalada de infecções, o município acionou o Governo de Minas e o Ministério da Saúde para investigação das causas do aumento repentino.

Segundo o gerente de Vigilância Epidemiológica de BH, Hoberdan Oliveira, a situação começou a se agravar no fim de 2023, mas ainda não há uma explicação clara para a disparada nos números. “Estamos diante de um surto e buscamos entender quais fatores — sejam sociais ou epidemiológicos — podem ter contribuído. Há registros em todas as regionais da cidade, mas com destaque para a Centro-Sul”, afirmou.

Em 2023, a capital mineira contabilizou apenas sete casos confirmados da doença, mantendo-se dentro da média histórica. No entanto, o ano de 2024 encerrou com um salto para 174 casos — uma alta de mais de 2.000% em comparação ao ano anterior —, indicando uma tendência de crescimento que se intensificou em 2025.

A hepatite A é uma infecção viral que provoca inflamação no fígado e pode gerar complicações, especialmente em adultos. A transmissão ocorre por ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes humanas, ou ainda por contato direto com pessoas infectadas, inclusive por meio de relações sexuais. O médico infectologista Adelino de Melo Freire Junior explica que superfícies contaminadas também oferecem risco de contágio. “Se uma pessoa com hepatite A usa um banheiro e outra, ao tocar em objetos contaminados, leva a mão à boca, pode se infectar facilmente”, detalha.

Os sintomas iniciais da doença, como febre, mal-estar, fadiga, enjoo e dores abdominais, podem ser confundidos com outras infecções virais, dificultando o diagnóstico precoce. Em muitos casos, sinais como icterícia — coloração amarelada da pele e dos olhos — aparecem apenas em fases mais avançadas. O período de incubação do vírus varia de 15 a 50 dias, e os sintomas costumam persistir por até dois meses.

Sem tratamento específico, a hepatite A é considerada uma doença autolimitada, ou seja, tende a regredir naturalmente. O tratamento se baseia em cuidados de suporte, como hidratação e alimentação adequadas. “A automedicação é contraindicada, pois o uso de medicamentos sem prescrição pode agravar o estado do fígado”, alerta o infectologista. Casos mais graves, com insuficiência hepática, podem exigir internação hospitalar ou até transplante, embora sejam raros.

Como forma de conter o surto, a Secretaria Municipal de Saúde tem reforçado a importância da vacinação. O imunizante contra a hepatite A integra o calendário infantil do SUS, com aplicação recomendada aos 15 meses, podendo ser administrado até os quatro anos de idade. Em abril, a vacinação foi ampliada para usuários da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) e para pessoas que tiveram contato direto com pacientes diagnosticados, mediante avaliação prévia da secretaria.

O gerente de Vigilância Epidemiológica reforça a importância da imunização. “A vacina é uma ferramenta essencial no enfrentamento do surto. Temos intensificado a orientação sobre higiene e incentivado a vacinação nos centros de saúde”, afirma. A imunização está disponível nas 153 unidades da rede municipal para o público infantil. Já para os usuários da PrEP e contatos próximos de casos positivos, a vacina é oferecida em 15 unidades específicas, listadas no site da Prefeitura de Belo Horizonte.

Diante do cenário preocupante, autoridades de saúde pedem atenção redobrada da população com medidas de higiene pessoal, consumo de alimentos de procedência segura e adesão à vacinação. 

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