Dois bebês, de dois e quatro meses, com sintomas graves de bronquiolite, precisaram ser transferidos de helicóptero da UPA Padre Roberto Cordeiro Martins, em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, para hospitais localizados a mais de 300 quilômetros de distância, devido à falta de leitos com suporte adequado na região. A operação de resgate ocorreu no último domingo (11) e foi realizada pelo Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros, com apoio do Samu.
O bebê de quatro meses foi encaminhado ao Hospital Bom Samaritano, em Governador Valadares, na região do Rio Doce. Já o bebê de dois meses foi levado para o Hospital e Maternidade de Timóteo, no Vale do Aço. Ambos apresentavam quadro respiratório que exigia atendimento intensivo imediato. Um terceiro recém-nascido, que também aguardava vaga em Divinópolis, chegou a ter a transferência cogitada para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, mas conseguiu ser internado na própria cidade pouco antes da remoção.
A bronquiolite é uma infecção que compromete os bronquíolos — as menores vias aéreas dos pulmões — e, especialmente em bebês, pode evoluir rapidamente para um quadro grave, necessitando de suporte hospitalar. O piloto da operação aérea, tenente Thiago Miranda, destacou a urgência das ações. “Estamos realizando uma força-tarefa para levar esses pequenos pacientes a unidades com melhor estrutura hospitalar, garantindo atendimento digno às famílias”, afirmou.
Minas Gerais decretou situação de emergência em saúde pública por causa do aumento expressivo dos casos de doenças respiratórias, principalmente da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A medida, válida por 180 dias, permite que o Estado adote ações emergenciais como a contratação direta de profissionais de saúde, compra de equipamentos e insumos sem necessidade de licitação, e ampliação da estrutura de atendimento na rede pública.
Segundo o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Oeste, a situação tem exigido coordenação intensa entre unidades de saúde e órgãos de transporte aeromédico para garantir a sobrevivência de pacientes em estado crítico. O avanço dos vírus respiratórios tem pressionado hospitais em todo o Estado, que já operam no limite da capacidade.
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