Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um novo teste diagnóstico para a Covid-19, que se destaca pelo baixo custo e potencial de produção em larga escala. O projeto, idealizado durante o momento mais crítico da pandemia, foi licenciado para a empresa brasileira Vida Biotecnologia e deve chegar ao mercado em breve.
Inicialmente estimado em R$ 5 por paciente, o teste alcançou um custo inferior a R$ 1 em escala laboratorial e pode se tornar ainda mais acessível com a produção industrial. A pesquisa surgiu em meio à escassez de testes e à alta dependência de insumos importados, que encareciam e dificultavam o diagnóstico da doença no Brasil.
Com apoio financeiro da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), que investiu R$ 750 mil no projeto, o estudo envolveu desde a pesquisa científica até o pagamento de bolsas para os pesquisadores. O trabalho originou-se na dissertação de mestrado de Daniel Lair, hoje doutorando no ICB/UFMG, e resultou no depósito de dez patentes relacionadas à tecnologia do diagnóstico.
Coordenador da pesquisa, o professor Rodolfo Giunchetti destaca o impacto do projeto: “A biotecnologia no Brasil ainda depende fortemente de insumos estrangeiros, o que nos deixa vulneráveis em momentos críticos. Esse trabalho mostra que temos capacidade técnica e intelectual para desenvolver soluções eficazes dentro do país.”
Além da equipe da UFMG, também participaram da pesquisa o professor Alexsandro Galdino, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), e docentes da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Unifenas e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
Para Giunchetti, o principal legado da pesquisa é a prova concreta de que o investimento em ciência nacional pode gerar soluções rápidas e eficientes. “Mostramos que os pesquisadores brasileiros têm capacidade de desenvolver tecnologias de ponta. Se houver apoio contínuo, podemos responder a qualquer desafio”, conclui.
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