13°C 23°C
Lagoa Santa, MG
Publicidade

Cientistas descobrem 62 novos vírus com potencial para combater bactérias resistentes

Estudo liderado por pesquisador da Unifesp pode abrir caminho para soluções em saúde, indústria e segurança alimentar

12/05/2025 às 11h00
Por: Por Redação
Compartilhe:
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Uma colaboração entre centros de excelência da pesquisa paulista resultou na descoberta de 62 novos vírus que infectam bactérias, os chamados bacteriófagos ou fagos. Esses microrganismos, com potencial uso no controle biológico, podem ser aplicados em diversas frentes, desde o combate a infecções hospitalares causadas por bactérias resistentes a antibióticos até a prevenção da contaminação de alimentos. A pesquisa foi conduzida por Julio Cezar Franco, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador do Centro de Pesquisa em Biologia de Bactérias e Bacteriófagos (Cepid B3), com apoio dos centros Cepid ARIES e Cepid FoRC, além da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e do Zoológico de São Paulo.

Durante um ano sabático, Franco deixou temporariamente seu posto no campus de Diadema da Unifesp para dedicar-se exclusivamente à pesquisa no Instituto de Química da USP, onde está sediado o Cepid B3. Ali, trabalhou em conjunto com a professora Aline Maria da Silva, falecida em 2024. As primeiras amostras utilizadas na pesquisa vieram de ambientes diversos, como estações de tratamento de esgoto monitoradas pela Cetesb, aeroportos e hospitais, além de compostagem do Zoológico de São Paulo. Também foram incluídas amostras de bactérias envolvidas na segurança alimentar, como as causadoras de salmonelose, fornecidas pelo Cepid FoRC.

O processo de isolamento dos fagos envolveu o cultivo de bactérias em placas de nutrientes, sobre as quais eram depositadas amostras com vírus. Onde os fagos se mostravam eficazes e matavam as bactérias, surgiam zonas claras chamadas placas de lise. Após centenas de testes, foram isolados 62 fagos inéditos. Segundo Franco, esse resultado representa um avanço significativo e pode ser o ponto de partida para alternativas terapêuticas à base de vírus, especialmente frente ao aumento das superbactérias.

Além do potencial na saúde pública, a aplicação industrial e alimentar também é promissora. A utilização dos fagos para controlar bactérias contaminantes em alimentos pode reduzir a incidência de surtos e ampliar a segurança sanitária. Para viabilizar esse uso, o pesquisador defende a criação de bancos de fagos e o aprofundamento dos estudos genéticos e funcionais desses vírus. O próximo passo da pesquisa envolve o sequenciamento do DNA dos fagos e das bactérias-alvo, bem como a investigação detalhada das interações entre eles.

Franco destaca ainda a importância das parcerias entre os centros de pesquisa e a colaboração entre alunos de diferentes instituições públicas. Para ele, o trabalho conjunto amplia as chances de avanços concretos e soluções aplicáveis para desafios reais da sociedade. “Tudo que se planta agora tem a chance de se desenvolver e você pode colher frutos depois”, afirma. Ele continuará contribuindo com o Cepid B3 enquanto mantém sua atuação como docente na Unifesp.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lagoa Santa, MG
16°
Tempo limpo

Mín. 13° Máx. 23°

15° Sensação
4.63km/h Vento
67% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
06h30 Nascer do sol
05h29 Pôr do sol
Dom 26° 10°
Seg 23° 10°
Ter 25°
Qua 25°
Qui ° °
Atualizado às 21h04
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,42 +0,04%
Euro
R$ 6,39 +0,06%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 621,309,57 +0,27%
Ibovespa
141,263,56 pts 0.24%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade