A falta de profissionais de saúde tem afetado diretamente o funcionamento do Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte, conforme denunciado por deputados estaduais de Minas Gerais. Durante uma visita realizada nesta segunda-feira (6) pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa (ALMG), os parlamentares constataram que 12 dos 40 leitos do CTI adulto estão desativados, além da paralisação de quatro das sete salas cirúrgicas da unidade. A vistoria ocorreu poucos dias após o governo estadual decretar situação de emergência sanitária em razão do aumento de casos de doenças respiratórias.
A situação se estende à Unidade Neonatal, onde 10 leitos de terapia intensiva funcionam com apenas sete técnicos de enfermagem por plantão, quando seriam necessários ao menos nove, segundo os deputados. O ambulatório de pneumologia também teve seus atendimentos drasticamente reduzidos: a média diária de 80 pacientes caiu pela metade, e os serviços deixaram de ser oferecidos nos dois turnos e em todos os dias úteis. Técnicas de enfermagem ouvidas durante a inspeção relataram sobrecarga de trabalho, tendo que administrar medicamentos prescritos por cinco médicos com uma equipe reduzida.
A causa apontada pelas servidoras seria a aposentadoria de profissionais sem a devida reposição. A diretora-geral do hospital, Cláudia Andrade, reconheceu o problema e explicou que, embora um concurso público tenha sido homologado em julho do ano passado para médicos, muitos dos aprovados não demonstraram interesse em assumir as vagas. Já para a enfermagem, a seleção homologada em fevereiro deste ano está em fase de convocação e, segundo ela, a expectativa é de que as escalas sejam normalizadas em até 60 dias.
A crise atinge o hospital em um momento delicado. Desde sexta-feira (2), Minas Gerais está oficialmente em estado de emergência sanitária, o que autoriza o governo a acelerar a contratação de profissionais e aquisição de insumos. Ainda assim, os deputados alertam para a urgência de ações mais efetivas, diante do colapso que já começa a comprometer a assistência básica em um dos principais hospitais da rede pública estadual.
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