Minas Gerais vive um dos momentos mais críticos no que diz respeito às doenças respiratórias. Desde o início de 2025, ao menos 397 pessoas perderam a vida no Estado devido a complicações causadas por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs), resultando em uma média alarmante de 3,4 mortes por dia. Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), mostram ainda que 26,8 mil pacientes já precisaram ser internados com sintomas respiratórios graves, refletindo o impacto direto da atual situação de emergência decretada pelo governo estadual.
Crianças com até um ano de idade e idosos acima de 60 anos representam a maioria dos casos graves, totalizando juntos mais de 17 mil internações. A gravidade do cenário levou o governo a declarar estado de emergência por 180 dias, medida que autoriza ações imediatas para contenção da crise, como a contratação de profissionais da saúde e aquisição de insumos hospitalares. Além disso, foi criado o Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG), responsável por monitorar e coordenar estratégias para conter o avanço dos casos.
A vacinação contra a gripe é uma das principais armas disponíveis, e a campanha de imunização já está em andamento. Em Belo Horizonte, toda a população a partir de seis meses de idade já pode se vacinar nos postos de saúde. Com o aumento de casos de Covid-19 e gripe, médicos da Unimed-BH voltaram a recomendar o uso de máscaras em locais fechados e com aglomeração de pessoas, como forma adicional de proteção.
Como parte da resposta emergencial, a SES iniciou o repasse de recursos para hospitais que ampliarem ou adaptarem leitos clínicos voltados ao atendimento pediátrico. Em março, o Hospital Infantil João Paulo II, da Fhemig, em Belo Horizonte, abriu 12 leitos semi-intensivos voltados a casos de bronquiolite infantil. A unidade também está pronta para ativar mais 10 leitos de CTI pediátrico, caso a demanda continue crescendo. Mesmo com todas essas medidas, especialistas alertam que os números atuais podem ser ainda maiores, já que os dados oficiais incluem apenas as notificações feitas até o dia 26 de abril. A situação exige atenção constante e mobilização de toda a sociedade na prevenção e contenção da crise.
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