A Prefeitura de Belo Horizonte decretou, nesta quarta-feira (30 de abril), situação de emergência em saúde pública diante do aumento expressivo de casos e internações por síndromes respiratórias graves (SRAG). Em apenas um mês, o número de atendimentos relacionados a essas doenças saltou de 42.435 em março para 63.217 em abril, o que representa um crescimento de quase 49%. A decisão, assinada pelo prefeito Álvaro Damião (União Brasil), permite a adoção imediata de medidas emergenciais, como contratação de profissionais, compra de medicamentos, ampliação de horários de funcionamento das unidades e abertura de novos serviços de assistência médica.
Segundo a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde, Thaysa Drummond, a rede municipal atingiu o limite de sua capacidade diante da crescente procura por atendimento. “Nas últimas semanas tivemos um aumento significativo, atingindo a nossa capacidade. Por isso o decreto foi necessário”, afirmou. Como uma das primeiras ações práticas, a prefeitura ampliou a oferta de leitos pediátricos, com a abertura de 30 vagas de enfermaria infantil – sendo 20 no Hospital Odilon Behrens e 10 no Hospital da Baleia, este último já registrando mais de 1.100 pedidos de internação para crianças entre 1 e 14 anos, e 635 solicitações para bebês com menos de um ano só neste ano.
Além dos hospitais, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também registraram forte pressão. Até o dia 28 de abril, foram mais de 78 mil atendimentos nas nove UPAs da capital, com uma média diária de 2.811 pacientes. A alta nos casos motivou ainda a ampliação da vacinação contra a gripe. A partir de hoje, toda a população acima de seis meses de idade pode se imunizar em qualquer um dos 153 centros de saúde da cidade, além do Serviço de Atenção à Saúde do Viajante e sete postos extras. Até o momento, mais de 202 mil doses foram aplicadas, o que representa apenas 24,1% da cobertura vacinal esperada – a meta da campanha é alcançar 90%.
A vacina, segundo autoridades de saúde, é uma ferramenta essencial para conter a gravidade dos casos. “É uma vacina segura e que pode evitar casos graves. Pelos casos que temos acompanhado, as pessoas poderiam não ter adoecido ou ter apenas sintomas leves se tivessem vacinado”, disse Thaysa Drummond. A orientação da prefeitura é que, além da imunização, a população adote medidas preventivas já conhecidas, como o uso de máscaras, higienização das mãos, evitar aglomerações e contato com pessoas com sintomas gripais.
Como forma de reforçar a campanha, a PBH realizará no dia 10 de maio o “Dia D” da vacinação contra a gripe. Todos os centros de saúde estarão abertos e haverá também pontos extras, incluindo um evento especial no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no centro da cidade.
A situação crítica de Belo Horizonte acompanha uma tendência já percebida em outras cidades da Região Metropolitana. Assim como a capital, Betim e Contagem também decretaram situação de emergência neste mês de abril, em decorrência do aumento de doenças respiratórias que vêm pressionando os sistemas de saúde locais. O decreto em Belo Horizonte tem validade inicial de 90 dias, podendo ser prorrogado conforme a evolução do cenário epidemiológico.
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