No último dia para prestar contas ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), o governo de Minas Gerais ainda não havia encaminhado as informações exigidas sobre a concessão do “Lote 8 – Vetor Norte”, que abrange 124 quilômetros de rodovias na região metropolitana de Belo Horizonte. A entrega dos documentos, determinada pelo conselheiro Agostinho Patrus, foi estipulada para esta quinta-feira, 24 de abril. Caso o governo não cumpra a ordem, o processo licitatório poderá ser paralisado e o secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno Barros de Souza, poderá ser multado, além de outras sanções aos responsáveis.
O TCE solicitou ao Estado uma série de documentos técnicos, econômicos e ambientais, incluindo justificativas para a localização das praças de pedágio, projeções financeiras e explicações detalhadas sobre as tarifas previstas. A medida foi motivada por uma representação apresentada por deputados estaduais, que questionam a legalidade do processo e os impactos financeiros sobre os moradores da região. Além da exigência de informações, o tribunal também determinou que qualquer avanço no edital seja comunicado com pelo menos cinco dias úteis de antecedência.
Embora o governador Romeu Zema (Novo) tenha prometido reformulações no projeto — como a adoção de tarifa única para motoristas que trafegarem mais de uma vez por dia no mesmo trecho —, o novo edital ainda não foi publicado. O modelo atual, que prevê a instalação de 13 praças de pedágio, segue sendo alvo de resistência por parte da população local e de parlamentares. A falta de diálogo público tem alimentado mobilizações e gerado propostas legislativas para barrar a cobrança em áreas metropolitanas.
Zema anunciou no dia 11 de abril que o projeto passaria por ajustes, atendendo a um apelo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). “Determinei à Seinfra que aprofundasse os estudos e adaptasse o projeto para aliviar o bolso de quem passa pelo mesmo trecho mais de uma vez ao dia”, afirmou na ocasião. A concessão está prevista para ser iniciada no primeiro semestre de 2025, com contrato de 30 anos e previsão de R$ 4,3 bilhões em investimentos da concessionária vencedora.
Apesar da sinalização de mudanças, a falta de prestação de contas no prazo estabelecido coloca o futuro do projeto em risco. O TCE-MG reforçou que o descumprimento poderá comprometer todo o processo e gerar consequências administrativas. Até o fechamento desta matéria, o governo estadual não havia se pronunciado oficialmente sobre o envio dos documentos requisitados.
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