A guerra tarifária iniciada pelo governo dos Estados Unidos ganhou novos contornos neste mês com a imposição de sobretaxas sobre uma ampla gama de produtos importados, mas com uma ressalva importante: smartphones, computadores e outros eletrônicos serão tratados separadamente e, ao menos por ora, estão isentos das tarifas mais pesadas. A medida foi confirmada neste domingo (13) pelo secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, em entrevista ao programa This Week, da rede ABC.
Segundo Lutnick, a decisão visa proteger o setor de tecnologia dos impactos imediatos do tarifaço, já que grande parte desses produtos é importada da China. Na sexta-feira (11), o governo americano oficializou a concessão de isenções específicas para eletrônicos, o que trouxe alívio para empresas como a Apple, que dependem fortemente da cadeia produtiva asiática.
A medida, no entanto, não suaviza a escalada da guerra comercial promovida pela administração de Donald Trump. Desde o início do ano, os Estados Unidos adotaram uma política agressiva de tarifas que culminou, em 2 de abril, com um tarifaço que atingiu praticamente todos os seus parceiros comerciais. A China reagiu com medidas igualmente duras, elevando suas tarifas sobre produtos americanos para até 84% e classificando as ações de Washington como "um erro atrás do outro".
Em comunicado oficial, o Ministério de Finanças da China acusou os EUA de ferirem gravemente os interesses legítimos chineses e de colocarem em risco o sistema multilateral de comércio. A nota ainda aponta as tarifas como um exemplo claro de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica.
Analistas avaliam que a estratégia americana tem como pano de fundo a tentativa de recuperar a competitividade industrial perdida nas últimas décadas, especialmente em relação aos países asiáticos. Contudo, a tensão entre as duas maiores economias do mundo aumenta a incerteza nos mercados globais e coloca em xeque a estabilidade da ordem econômica internacional.
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