Uma mulher que vivia há quase dez anos em condições análogas à escravidão foi resgatada em Planura, no Triângulo Mineiro, durante a operação “Novo Amanhã”, realizada na terça-feira (8) por forças conjuntas da Polícia Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego. A ação teve início após uma denúncia recebida pelo Disque 100, relatando que a vítima era mantida em cárcere privado, forçada a realizar tarefas domésticas e serviços em um comércio, sem qualquer forma de remuneração.
Além de não receber salário, a mulher sofria agressões físicas e verbais, era impedida de manter contato com outras pessoas e teve seus documentos retidos. O relato ainda apontava sinais de abusos psicológicos e até sexuais, além de total restrição de liberdade. A situação, segundo as autoridades, perdurava havia mais de oito anos, configurando um quadro de violência contínua e sistemática.
Durante o resgate, foram presos em flagrante três suspeitos acusados de submeter a mulher a condições degradantes de trabalho e violação de direitos fundamentais. A vítima vivia sob o controle dos empregadores, recebendo apenas moradia e alimentação em troca de jornadas forçadas, e apresentava marcas de agressões, confirmadas por testemunhas que colaboraram com a investigação.
No local, foram apreendidos celulares, notebooks e pen drives, que serão analisados com autorização da Justiça para aprofundar as apurações. Os suspeitos foram levados ao sistema prisional, onde aguardam os desdobramentos do processo. A investigação prossegue com o objetivo de localizar outras possíveis vítimas e responsabilizar todos os envolvidos no crime.
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