Luighi, atacante do Palmeiras, é vítima de racismo durante jogo pela Libertadores Sub-20

O atacante Luighi, do Palmeiras, foi alvo de racismo durante a vitória do time por 3 a 0 contra o Cerro Porteño, do Paraguai, nesta quinta-feira (7), pela Copa Libertadores Sub-20. O episódio deixou o jogador profundamente abalado, que, em um desabafo nas redes sociais, compartilhou sua dor e cobrou medidas rigorosas contra o preconceito no futebol.

"É a mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? Essa é a pergunta que espero não precisar fazer algum dia", disse o jovem atacante em seu Instagram. Luighi tem 18 anos e, apesar de sua pouca idade, demonstrou grande maturidade ao expor suas angústias após o incidente.

O ato de racismo ocorreu durante a partida, quando um torcedor imitou um macaco em direção ao jogador. Além disso, Luighi também foi alvo de uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas. Em entrevista após o jogo, o atacante se mostrou indignado com a situação e questionou os jornalistas sobre a falta de questionamentos sobre o racismo sofrido.

"Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu comigo? Até quando vamos passar por isso? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?", disparou Luighi, visivelmente emocionado. O jovem também cobrou ações da Conmebol, entidade responsável pela competição. "A Conmebol vai fazer o que sobre isso?", questionou o atleta.

O Palmeiras não demorou a se manifestar e repudiou o ocorrido em nota oficial, chamando a atitude de racismo de criminosa e destacando a impunidade, a exemplo do desabafo feito pelo garoto em entrevista após a partida.. "É inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da Conmebol. (...) Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes!", escreveu o clube.

Em resposta, a Conmebol condenou os atos de racismo e afirmou que "medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área".