O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10) um decreto que estabelece uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A medida, que já havia sido anunciada durante sua campanha na Casa Branca, impacta diretamente o Brasil, um dos principais exportadores desses produtos para o mercado norte-americano. Em 2023, o Brasil destinou R$ 27 bilhões em exportações de aço para os EUA, segundo a Administração de Comércio Internacional do país. No caso do alumínio, 15% das exportações brasileiras tiveram os EUA como destino, enquanto o Canadá liderou as compras, com 28% do total, de acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Durante uma breve conversa com jornalistas, Trump declarou que uma nova tributação será aplicada a todo o aço e alumínio importado pelos EUA. O governo brasileiro, assim como as entidades do setor, ainda não se pronunciou oficialmente. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por sua vez, afirmou que as taxas são preocupantes, mas podem favorecer um ambiente de concorrência mais equilibrado.
Entre as principais siderúrgicas brasileiras, a Gerdau declarou que ainda é cedo para avaliar os impactos da medida, destacando que suas operações nos EUA são externas ao mercado interno e não envolvem exportações para o país. Já a Usiminas, que destina 90% de sua produção ao mercado doméstico, prevê um aumento da concorrência no Brasil. CSN e ArcelorMittal aguardam um posicionamento do Instituto Aço Brasil antes de se manifestarem.
Trump já havia adotado tarifas semelhantes em seu primeiro mandato, mas posteriormente concedeu isenções para parceiros como Brasil, Canadá e México. Agora, uma nova regra prevê que as importações sigam padrões específicos, exigindo que o aço seja fundido e vertido. Já para o alumínio, a exigência será fundido e moldado. A medida busca conter a entrada de aço chinês minimamente processado nos EUA.
Peter Navarro, conselheiro comercial de Trump, defendeu que as tarifas fortalecerão a produção interna e garantirão a segurança econômica e nacional do país. O presidente também sinalizou a possibilidade de anunciar novas tarifas recíprocas ainda nesta semana, o que pode levar a retaliações de parceiros comerciais.
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