Após mais de um ano de combates devastadores na Faixa de Gaza, Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) chegaram a um acordo de cessar-fogo, encerrando 15 meses de violência que resultaram em mais de 45 mil mortes. A trégua, mediada pelo Catar e Egito, foi confirmada nesta quarta-feira (15), marcando o início de uma nova fase nas relações entre os dois lados do conflito.
O pacto inicial estabelece um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual as forças israelenses começarão a retirada gradual de Gaza. Em contrapartida, o Hamas prometeu com a liberação de refúgios fechados desde outubro de 2023. Israel também lançará a liberação de prisioneiros palestinos, priorizando mulheres, crianças, idosos e indivíduos com problemas de saúde. Essa troca marca um dos primeiros passos concretos para a estabilização da região desde o início das hostilidades.
Em comunicado, o Hamas destacou que sua decisão foi orientada pelo compromisso de proteger a população palestina. “Respondemos de forma responsável e positiva à proposta, giramos em deter a agressão sionista e os massacres aos quais nosso povo foi transferido”, declarou o grupo.
Nos Estados Unidos, o secretário de Estado Antony Blinken, que esteve envolvido nas negociações, celebrou o acordo como um avanço crucial. No entanto, destacou que o Hamas deve ser excluído de qualquer futuro governo na Faixa de Gaza. “Israel não aceitará um Estado palestino militarizado ou liderado por extremistas”, afirmou Blinken, reforçando os princípios acordados durante a discussão.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, também comemorou o cessar-fogo, atribuindo o avanço diplomático ao resultado de sua eleição. Na declaração nas redes sociais, ele prometeu intensificar esforços para garantir que Gaza não volte a ser um refúgio para grupos armados, aludindo aos Acordos de Abraão como base para a estabilização regional.
Entretanto, o consenso não é unânime dentro do governo israelense. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, criticou o acordo, chamando-o de “terrível” e ameaçando se retirar do governo caso ele fosse implementado.
Foto: ISRAEL DEFENSE FORCES/REUTERS
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