O governo de Minas Gerais e o Ministério Público do Estado (MPMG) entraram com uma ação civil pública na 11ª Vara Cível de Belo Horizonte exigindo que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reverta sua decisão de realizar o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, marcado para esta quarta-feira (4), no Mineirão, sem presença de torcedores. Caso a determinação seja mantida, os órgãos estaduais pedem que a CBF seja multada em R$ 1 milhão. Além disso, desativar o banimento por dois anos da torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alviverde, nos estádios de Minas Gerais.
A ação é uma resposta à violência recente envolvendo as torcidas organizadas dos dois clubes. Em outubro, dois ônibus com integrantes da Máfia Azul, torcida do Cruzeiro, foram atacados por membros da Mancha Alviverde, em uma emboscada na rodovia Fernão Dias, em São Paulo. O ataque resultou em 17 feridos e a morte de um torcedor de 30 anos, natural de Sete Lagoas, Minas Gerais. Pela razão do histórico de rivalidade e violência entre as facções, o MPMG recomendou que a partida fosse realizada com torcida única, restrita aos cruzeirenses, como medida de segurança.
No entanto, a CBF decidiu que o jogo seria sem público, o que, segundo o governo mineiro e o MPMG, desrespeita a recomendação das autoridades e prejudica a população do estado. Eles alegaram que a medida de proteção externa não afeta apenas o direito dos torcedores de assistir ao jogo, mas também causa danos econômicos, comprometendo a logística do evento e os custos envolvidos na realização de uma partida do Campeonato Brasileiro. Para os órgãos, a CBF desconsiderou as orientações das autoridades de segurança locais, gerando prejuízos à sociedade mineira e prejudicando o equilíbrio da partida.
A decisão também gerou descontentamento entre os clubes. O Cruzeiro, mesmo sendo vítima de violência, se opõe à proteção, considerando injustiça ser penalizado. Já o Palmeiras se manifestou contra a medida, argumentando que ela prejudicou sua briga pelo título do Campeonato Brasileiro, visto que a presença de seus torcedores poderia ter um impacto positivo no desempenho da equipe. O clube paulista chegou a informar que o jogo foi transferido para outro estado, caso a segurança em Minas não fosse garantida.
A CBF, até o momento, não se posicionou oficialmente sobre a ação. A expectativa é que o caso seja julgado com urgência pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), visto que o jogo está marcado para ocorrer em poucas horas. O clássico entre Cruzeiro e Palmeiras, válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, segue sendo um dos assuntos mais comentados, com uma possível decisão judicial alterando o boato da partida.
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