A partir de amanhã, o Brasil liderará uma expedição científica sem precedentes na Antártica, percorrendo mais de 20 mil quilômetros de costa até o final de janeiro. A missão reúne 61 cientistas de sete países, incluindo dois mineiros, os professores Márcio Rocha Francelino e José João Lelis de Souza, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O objetivo principal é estudar os solos gelados, conhecidos como criossolos, para entender melhor as mudanças climáticas globais e os impactos futuros no planeta.
Os pesquisadores brasileiros, acompanhados por colegas da Argentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia, trabalharão em nove estações de pesquisa ao longo do percurso. Enquanto Francelino instalará sensores avançados para monitorar a temperatura do solo em tempo real, Lelis se concentrará em desvendar a história geológica da região, analisando amostras de solos que possam revelar a presença de vegetação e animais em épocas remotas.
A expedição, coordenada pelo professor Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é considerada uma das mais ambiciosas já realizadas por cientistas brasileiros na Antártica. Além de expandir a compreensão dos criossolos, os dados encontrados poderão prever como o aquecimento global impactará as geleiras, o permafrost e as emissões de gases de efeito estufa.
Os cientistas mineiros da UFV têm longa experiência na região, participando de expedições anuais desde 2002. Essa trajetória inclui a instalação de 29 sítios de monitoramento ao redor da Estação Brasileira Comandante Ferraz, situados em uma das áreas mais aquecidas do continente. Agora, a equipe mineira leva suas pesquisas a um novo patamar, explorando áreas inexploradas e fortalecendo o papel do Brasil no cenário científico internacional.
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