Em uma visita histórica a Manaus neste domingo (17), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um amplo pacote de medidas para a conservação da Amazônia, consolidando o compromisso americano com o combate às mudanças climáticas. Esta é a primeira vez que um presidente americano em exercício visita a região amazônica, um gesto simbólico que reforça os 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
O pacote inclui ações diretas e parcerias estratégicas com ONGs, bancos e empresas, com foco em combater crimes ambientais como a mineração ilegal e o desmatamento, além de promover iniciativas de reflorestamento e bioeconomia. Um dos destaques foi o compromisso de US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, dobrando a contribuição americana ao mecanismo internacional.
As medidas visam acelerar os esforços globais para reverter o desmatamento, fortalecer a biodiversidade e implementar soluções climáticas básicas na natureza. Entre os investimentos diretos estão US$ 180 milhões para reflorestamento no Pará e US$ 10 milhões para projetos em bioeconomia e produção sustentável. A iniciativa também prevê a participação dos EUA no Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca mobilizar capital privado para conservação.
O combate ao crime ambiental foi outro ponto crucial do pacote. Para evitar a extração ilegal de madeira, os Estados Unidos oferecem treinamento com tecnologias avançadas de rastreamento, como a Espectrometria de Massa, capaz de identificar a origem da madeira com precisão. No combate à mineração ilegal e ao tráfico de mercúrio, os EUA destinarão US$ 1,4 milhão, além de intensificar o monitoramento de queimadas por meio de satélites, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Outro aspecto inovador do pacote é o apoio às comunidades locais, incluindo o financiamento de US$ 14 milhões para projetos liderados por povos indígenas. Destaca-se a formação da primeira brigada de combate ao fogo composta exclusivamente por mulheres indígenas nos estados do Tocantins e Maranhão.
O pacote reflete a visão de Biden de transformar a crise climática em uma oportunidade econômica global, ampliando o orçamento americano para financiamento climático internacional de US$ 11 bilhões anuais. Durante o evento, Biden reforçou que a conservação da Amazônia não é apenas um desafio regional, mas uma prioridade global, essencial para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger um dos ecossistemas mais importantes do planeta.
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