Um novo teste diagnóstico para a identificação do superfungo Candida auris, desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), recebeu o registro aceito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e pode ser implementado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Este hospital já confirmou quatro casos de infecção pelo fungo e investiga mais de vinte, o que torna a nova ferramenta ainda mais crucial no contexto atual de saúde pública.
Orientado por pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Leveduras (INCT Leveduras), o teste utiliza um meio de cultura chamado Candida auris Selective (CAS), que é projetado para promover o crescimento do fungo em um ambiente controlado, ao mesmo tempo em que inibe outras leveduras oportunistas que podem interferir nos resultados. Segundo a bióloga Susana Johann, as avaliações realizadas indicaram uma sensibilidade de 92,9% e uma especificidade de 100% para a detecção da Candida auris em estufas a 36°C, resultados que reforçam a eficácia do método.
A farmacêutica Viviane Cata Preta Souza destacou que o novo método é uma ferramenta versátil, podendo ser utilizado tanto para rastrear pacientes quanto para a detecção de equipamentos que possam estar portando a levedura. Ela ressaltou ainda a praticidade do teste, que é econômico e não requer treinamento técnico específico para a aplicação e interpretação dos resultados.
A introdução desse teste no HPS de Belo Horizonte poderá fortalecer as estratégias de controle de infecções hospitalares, contribuindo para a rápida identificação de casos de Candida auris, um fungo que apresenta uma taxa elevada de resistência a medicamentos e representa um risco significativo em ambientes hospitalares. O avanço da pesquisa da UFMG não apenas demonstra a importância do conhecimento científico no enfrentamento de desafios na saúde, mas também reflete um esforço conjunto para melhorar a segurança e a saúde dos pacientes nas instituições de saúde.
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