A NASA deu início a uma das mais ambiciosas missões de exploração espacial na segunda-feira (14), ao lançar a sonda Europa Clipper em direção à lua Europa, um dos satélites de Júpiter. O objetivo é investigar se esse mundo distante tem as condições possíveis para abrigar a vida. A sonda localizada no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, acoplada a um foguete SpaceX Falcon Heavy, e está prevista para alcançar a Europa em abril de 2030.
Europa, conhecida por sua superfície coberta de gelo e pelo oceano de água líquida que se acredita existir abaixo dessa camada, é considerada um dos lugares mais promissores para a busca de vida fora da Terra. Embora a missão não busque diretamente sinais de vida, ela tentará determinar se o ambiente da lua é habitável. Segundo Gina DiBraccio, funcionária da NASA, o foco principal será descobrir se Europa possui os ingredientes essenciais para a vida: água, energia e compostos químicos necessários para sustentar formas de vida, possivelmente até bactérias primitivas.
A missão foi descrita por Curt Niebur, chefe científico da operação, como uma oportunidade única de explorar um mundo que pode ser habitável agora, em oposição a Marte, que foi potencialmente habitável há bilhões de anos. A exploração da Europa, cuja existência foi revelada pela primeira vez em 1610 por Galileu, também poderá abrir novas questões, caso a lua não seja habitável, sobre os fatores que levaram os cientistas a acreditar que poderiam ser.
A sonda Europa Clipper é a maior já projetada pela NASA para a exploração interplanetária, com 30 metros de comprimento quando seus painéis solares estão completamente estendidos. Equipados para captar a luz solar nas imediações de Júpiter, os painéis fornecem a energia necessária para a missão que durará cerca de quatro anos após a chegada da sonda.
O Europa Clipper carrega uma série de instrumentos avançados, como câmeras, espectrógrafos, radares e magnetômetros, que serão usados para analisar a composição da superfície gelada da Europa, além de tentar medir a profundidade e a salinidade do oceano abaixo. O entendimento desses elementos ajuda os cientistas a avaliar se há energia e compostos químicos suficientes para sustentar a vida. Mesmo que a missão não consiga penetrar na grande profundidade do oceano, há a possibilidade de detectar condições propícias para a vida.
Durante os quatro anos de missão, o Europa Clipper realizará 49 sobrevoos por Europa, chegando a apenas 25 quilômetros da superfície, o que permitirá capturar imagens e dados sem precedentes dessa lua de Júpiter. A missão pode representar um marco na busca pela vida extraterrestre e, independentemente dos resultados, deve contribuir para nossa compreensão dos mundos que existem além do Sistema Solar.
Caso os cientistas confirmem a habitabilidade da Europa, a próxima etapa seria uma nova missão para tentar detectar sinais de vida diretamente. Se, por outro lado, a lua se revelar inabitável, essa descoberta também será de grande valor, ajudando a NASA e a comunidade científica a entender melhor por que certos corpos celestes apresentam, ou não, como condições para o desenvolvimento da vida.
Com o Europa Clipper percorrendo 2,9 bilhões de quilômetros ao longo de sua jornada, a missão é uma à longa tradição de exploração espacial que tem expandido nossos horizontes sobre o que é possível no vasto universo.
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