Segundo os dados apresentados no relatório da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) a indústria de máquinas e equipamentos no Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com resultados mistos, mantendo a tendência de recuperação no mercado interno, mas enfrentando dificuldades nas exportações. Conforme informado na publicação, a receita líquida de vendas no mercado doméstico cresceu, impulsionando o setor, apesar de uma retração nas vendas para o exterior. No entanto, o estudo informa que a receita total, de R$ 27 bilhões, ainda foi 7,5% inferior ao mesmo período de 2023.
O relatório também aponta que, no acumulado do ano, a receita líquida atingiu R$ 174 bilhões, representando uma queda de 13,4% em relação ao mesmo período de 2023. O documento publicado ainda mostra que embora em retração, o resultado apresentou uma leve recuperação em comparação à queda de 14,4% acumulada até julho. O relatório mostra que esse desempenho reforça a importância do mercado interno para sustentar o crescimento do setor, já que as exportações de máquinas e equipamentos recuaram no mês.
O estudo aponta dados sobre as exportações de máquinas e equipamentos mostrando que o resultado foi marcado por uma queda de 29% em agosto em comparação com julho de 2024, e de 35,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Conforme detalhado no relatório, as exportações totalizaram US$ 946 milhões no mês, ficando abaixo da média histórica do setor. Com esse resultado, o setor acumulou uma retração de 10,4% nas exportações no ano, ampliando a queda de 5,7% observada até julho.
Por outro lado, a publicação mostra que as importações de máquinas e equipamentos registraram uma queda de 3,6% em comparação a julho, mas mantiveram estabilidade em relação a agosto de 2023. No acumulado do ano, o relatório aponta que as importações cresceram 6,9%, alcançando US$ 2,6 bilhões em agosto. O estudo revela que, apesar da queda pontual, as importações continuam em níveis historicamente elevados, impactando o espaço dos produtores locais no mercado nacional.
José Antônio Valente, diretor da empresa de franquias Trans Obra, afirmou que apesar da melhora no mercado doméstico, o setor enfrenta dificuldades significativas no comércio exterior, especialmente com a queda de 29% nas exportações em comparação com julho. Segundo ele, isso pode indicar uma dependência maior do mercado interno para sustentar o crescimento da indústria. José Antônio continuou dizendo que o cenário futuro da indústria da construção no Brasil pode ser impactado pela performance das importações e exportações de máquinas e equipamentos. “O relatório mostra que, enquanto as exportações recuaram, as importações continuam elevadas, com um crescimento acumulado de 6,9% no ano. Essa dinâmica pode reduzir a competitividade dos fabricantes nacionais no médio prazo, especialmente se o consumo interno não for capaz de sustentar o setor sozinho”.
Ainda sobre o relatório, dados mostram que em termos de consumo aparente, o estudo destacou um crescimento de 1,2% em agosto em relação a julho, e de 4,4% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, no acumulado do ano, nota-se na publicação divulgada que o consumo nacional de máquinas ainda apresenta uma queda de 6%. O único setor que registrou desempenho negativo foi o agrícola, com uma retração de 24,3% nos investimentos em máquinas e equipamentos, segundo dados apresentados.
Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que em uma análise mais ampla, conforme os dados apresentados, a dependência do mercado interno para sustentar o crescimento da indústria se torna cada vez mais evidente. O especialista destaca que, sem uma recuperação mais robusta nas exportações, o setor pode enfrentar limitações na expansão de sua capacidade produtiva e no aumento da competitividade internacional. “São esses alguns dos motivos que vejo o setor de franquia de locação de equipamentos para construção civil, ter um papel importante no mercado nacional, quanto a economia nos custos de produção e manutenção no setor da indústria da construção”
José Antônio continuou dizendo que o setor de locação de máquinas e equipamentos é fundamental para a construção civil, pois desempenha um papel estratégico no aumento da eficiência e na redução de custos dos projetos. “A locação permite que empresas tenham acesso a uma ampla variedade de equipamentos modernos e especializados sem a necessidade de realizar grandes investimentos iniciais na compra de máquinas, o que é especialmente importante para pequenas e médias empresas”.
O relatório conclui que a indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de agosto utilizando 76% da sua capacidade instalada, um recuo de 0,2 pontos percentuais em relação a julho, mas 0,6 pontos percentuais acima do mesmo mês de 2023. Além disso, o estudo informa que o número de empregados no setor apresentou alta de 1,2% em agosto, totalizando 394.025 colaboradores.
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