Com mais de 44 mil pessoas na fila de espera por um transplante no Brasil, o transporte seguro de órgãos se torna uma questão crucial. Pensando nisso, Wallace Terra, estudante de design da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveu um projeto inovador: uma caixa que promete melhorar a segurança e a preservação dos órgãos durante o transporte.
A ideia surgiu após uma experiência pessoal marcante. “O irmão de um amigo faleceu após um transplante de medula óssea, e isso me fez perceber a importância de aprimoramento no processo de transporte de órgãos. Foi o ponto de encontro entre o design e a necessidade de resolver esse problema”, contou Wallace, que decidiu transformar o tema em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O projeto foi iniciado em 2022 e finalizado em 2023.
O protótipo foi feito em polipropileno, um tipo de termoplástico, com uma parte interna em silicone. Além disso, a caixa possui uma solução úmida que, combinada com gelo, garante a preservação do órgão por mais tempo. Wallace explica que a inovação visa solucionar a falta de segurança total oferecida pelos modelos de transporte atualmente em uso.
Um dos destaques da invenção é o sistema de proteção para o órgão, que fica suspenso em uma bolsa de silicone com filamentos e bolhas de ar nas pontas. Esse design impede que o órgão sofra impactos durante o transporte, diminuindo o estresse e aumentando a taxa de acesso do órgão no receptor. “Quando o órgão é colocado na bolsa, ele é suspenso e as bolhas de ar garantem que, mesmo com o movimento da caixa, o impacto seja minimizado”, explicou o estudante.
Outro diferencial da caixa é sua mobilidade. Ela possui dois conjuntos de três rodas triangulares, permitindo que seja transportada em elevações, como escadas, de forma mais eficiente. A alça é adaptável, podendo ser usada como trava ou para puxar a caixa, que pode ser usada tanto na vertical quanto na horizontal, oferecendo mais ergonomia.
O projeto, que já foi patenteado pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG, ainda busca parceiros para produção em larga escala. Wallace espera que sua criação não apenas agilize o transporte de órgãos, mas também salve vidas para garantir mais segurança e qualidade no processo.
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