Minas Gerais ocupa, mais uma vez, o triste primeiro lugar no ranking nacional de trabalho análogo à escravidão, conforme divulgado pelo Ministério do Trabalho, Emprego e Renda nesta sexta-feira (30). Entre julho e agosto deste ano, dos 593 trabalhadores encontrados em condições precárias em todo o Brasil, 291 foram resgatados no estado mineiro. Este número representa um aumento de 11,65% em relação ao ano passado.
O levantamento revela também que, além dos trabalhadores adultos, foram encontrados 18 menores de idade em situação análoga à escravidão em todo o país, sendo sete desses casos registrados em Minas Gerais. Carlos Calazans, superintendente regional do Trabalho de Minas Gerais, destacou a necessidade urgente de aprimorar a capacitação e aumentar o número de auditores para combater eficazmente a exploração. Ele enfatizou a importância do engajamento da sociedade para denunciar essas práticas abusivas.
Em resposta à situação crítica, o governo de Minas Gerais anunciará em outubro o lançamento do Pacto pelo Trabalho Decente na Agricultura. Esta iniciativa visa aumentar a conscientização sobre o problema e incluir ações como campanhas publicitárias, panfletagem em estradas e pontos de transporte, e a colaboração com prefeituras, Ministério Público e forças policiais para fortalecer a fiscalização e desenvolver políticas públicas de combate.
O levantamento também identificou que a agropecuária é o setor mais afetado por essas práticas, embora ocorrências também sejam frequentes na construção civil, no emprego doméstico e na indústria do curtume. O superintendente Calazans ressaltou a importância de enfrentar o problema em todas as frentes para erradicar o trabalho análogo à escravidão no estado e no país.
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