A coalizão oposicionista da Venezuela anunciou que não reconhece a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de declarar Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais.
"Nossa luta continua, e não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada", disse o candidato Edmundo González em um breve discurso.
A líder oposicionista María Corina Machado, impedida de concorrer no pleito, afirmou que a declaração do CNE contradiz as pesquisas internas que apontavam a vitória da oposição com ampla margem. "Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito, e é Edmundo González Urrutia", disse Machado. "Vamos anunciar ações para defender a verdade."
Segundo Machado, a oposição venceu em todos os estados e os resultados esperados dariam a vitória a González com cerca de 70% dos votos contra 30% dos governistas. "É a eleição presidencial com a maior margem de vitória", declarou. Ela citou três pesquisas de boca de urna independentes e quatro contagens rápidas realizadas pela coalizão, todas apontando a vitória de González.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que Nicolás Maduro venceu as eleições realizadas neste domingo, 28 de julho com 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas. A oposição denunciou irregularidades e pediu vigilância para uma contagem paralela dos votos.
O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, expressou sérias preocupações de que os resultados não refletem a vontade ou os votos do povo venezuelano. O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou que os resultados divulgados pelo regime chavista são "difíceis de acreditar" e que o Chile não reconhecerá resultados não verificáveis.
Apesar do clima de tensão, a votação ocorreu sem grandes episódios de violência, com longas filas em vários locais de votação. O horário oficial de votação foi das 7h às 19h, mas eleitores na fila após o horário final puderam votar. Maduro votou logo no começo do dia e disse que reconheceria os resultados oficiais. González votou pouco depois das 14h, acreditando que as Forças Armadas respeitariam as votações.
Maduro entrou na disputa em um contexto de profunda crise econômica e humanitária na Venezuela, com uma queda de 80% no PIB em 10 anos, levando mais de 7 milhões de pessoas a deixarem o país. Em 2018, Maduro foi reeleito com 67,85% dos votos válidos, uma eleição contestada pela oposição e entidades internacionais.
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