
A funcionária do restaurante e bar Meu Bhar Orla, em Lagoa Santa, que foi vítima de injúria racial no último fim de semana, retomou suas atividades e foi acolhida pelos colegas de trabalho, que prepararam uma surpresa em demonstração de apoio. O retorno ocorreu após o episódio registrado na Avenida Getúlio Vargas, área central do município, que resultou na prisão em flagrante de uma cliente.
A ocorrência foi registrada na noite de sábado (13), após uma discussão iniciada por insatisfação da cliente em relação a uma bebida. Conforme relatos policiais e testemunhais, o desentendimento evoluiu para ofensas de cunho racista direcionadas à trabalhadora, diante de outros clientes e funcionários, o que gerou indignação e um princípio de tumulto no local.
De acordo com o registro policial, a autora proferiu, de forma consciente e reiterada, expressões racistas contra a funcionária, utilizando termos como “pretinha”, “neguinha” e “macaca”. Ainda conforme o boletim de ocorrência, a mulher afirmou que a vítima teria “inveja” por ela ser branca, loira e “doutora”. As declarações foram confirmadas pela própria autora, pela vítima e por testemunhas que presenciaram os fatos.
Para evitar o agravamento da situação, a cliente foi retirada do estabelecimento sob escolta, sem que houvesse registro de agressão física ou necessidade de atendimento médico. A Polícia Militar foi acionada e deu voz de prisão em flagrante pelo crime de injúria racial. O procedimento foi ratificado posteriormente pela Polícia Civil na delegacia.
No domingo (14), durante o plantão judicial, a Justiça de Minas Gerais homologou a prisão, mas concedeu liberdade provisória à mulher, de 46 anos, ao avaliar que não estavam presentes os requisitos para a prisão preventiva. Entre as medidas cautelares impostas estão a proibição de qualquer contato com a vítima e com testemunhas, inclusive por meio de redes sociais, além da assinatura de termo de compromisso judicial.
Com o retorno ao trabalho, a funcionária foi recebida pela equipe do estabelecimento com um gesto de acolhimento, enquanto o caso segue em tramitação na Justiça.
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