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Estudante da UFMG identifica vírus gigante inédito encontrado no Pantanal

Batizado de Naiavirus, organismo é o maior vírus envelopado já descrito e possui morfologia nunca antes registrada pela ciência.

21/11/2025 às 18h00
Por: Bianca Guimarães
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Foto: Isabella Guasti/BHAZ
Foto: Isabella Guasti/BHAZ

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciaram a descoberta de um vírus gigante com características inéditas na literatura científica. O organismo, identificado em uma amostra de água coletada no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, recebeu o nome de Naiavirus e foi isolado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) pelo mestrando Matheus Rodrigues, integrante de um grupo dedicado ao estudo de vírus gigantes presentes em biomas brasileiros.

O vírus não representa risco à saúde humana, pois infecta exclusivamente amebas. Com tamanho médio de 1.350 nanômetros e podendo alcançar até 1.824 nm, o Naiavirus se destaca pela estrutura singular: possui uma cauda flexível, capaz de se ajustar ao ambiente, e um envelope contínuo que recobre toda a partícula viral. A combinação de tamanho e formato — descrito pelos pesquisadores como semelhante a uma gota ou “coxinha” — nunca havia sido documentada.

A descoberta foi possibilitada por amostras coletadas durante uma expedição do Projeto Navio, coordenado pelo pesquisador Luiz Alcântara, em 2023. Segundo Rodrigues, a análise inicial já indicava que se tratava de algo fora dos padrões conhecidos. O artigo científico que descreve o vírus foi publicado na revista Nature Communications, com colaboração de 20 pesquisadores.

Além do avanço acadêmico, o estudo oferece pistas sobre a evolução viral e potenciais aplicações biotecnológicas. Por infectar amebas — algumas delas patogênicas para humanos — o Naiavirus pode servir de base para técnicas voltadas ao desenvolvimento de vacinas, antivirais e métodos de combate a parasitas.

O nome é uma referência à lenda indígena de Naia, jovem transformada na flor Vitória-Régia, reforçando o vínculo entre o achado e a biodiversidade brasileira. Rodrigues ressalta que a conquista também tem significado pessoal. Morador de Contagem, ele relata desafios na rotina de pesquisa e destaca a importância da representatividade de pesquisadores negros na pós-graduação, especialmente em áreas científicas. Para ele, ocupar esse espaço e divulgar o trabalho é também uma forma de inspirar outros estudantes a trilhar caminhos semelhantes.

Informações: BHZ

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