
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovou, nesta quinta-feira (30/10), a implementação de cotas para pessoas transgênero em seus cursos de graduação e pós-graduação. A medida reserva 2% das vagas para este grupo e será operacionalizada a partir da próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com o ingresso dos primeiros estudantes previsto para 2026.
Segundo o reitor da instituição, Roberto Medronho, a política de cotas busca promover justiça social e reparação, atendendo a um contexto histórico de exclusão e desigualdade. A Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada) da UFRJ vem trabalhando desde outubro de 2024 para estruturar a nova política, garantindo que os critérios e procedimentos de seleção respeitem as especificidades e necessidades da população trans.
Com a decisão, a UFRJ se torna a mais recente universidade federal a adotar cotas para pessoas trans, somando-se a pelo menos outras 29 instituições no país. O levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) indica que quase metade dessas universidades está na região Sudeste, sendo o Rio de Janeiro o estado com o maior número de instituições federais com políticas afirmativas voltadas à população trans.
O impacto da medida é considerado significativo, não apenas na inclusão social, mas também na visibilidade de estudantes trans em universidades públicas de referência. A UFRJ, classificada como a segunda melhor instituição de ensino superior do país pelo Center for World University Rankings (CWUR) em 2025, reafirma com essa iniciativa seu compromisso com diversidade, equidade e representatividade.
Além da UFRJ, universidades federais em diferentes regiões do Brasil, como UFSCar, Unifesp, UFABC, UFBA, UnB e UFSC, já oferecem cotas ou políticas afirmativas para pessoas trans, demonstrando a expansão de ações que buscam ampliar o acesso ao ensino superior para grupos historicamente marginalizados.
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