Operação contra bebidas adulteradas em São Paulo já resulta em 36 prisões

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta terça-feira (14), seis pessoas suspeitas de envolvimento com a produção e comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas em diferentes municípios do estado. As detenções fazem parte da operação “Fonte do Veneno” (Poison Source), deflagrada para combater o comércio irregular de produtos que provocaram diversos casos de intoxicação por metanol nas últimas semanas.

Com as novas prisões, o número de detidos desde o início da crise, em 29 de setembro, chegou a 36 pessoas. No total, desde o começo de 2024, 57 suspeitos foram presos por crimes relacionados à venda e adulteração de bebidas alcoólicas em São Paulo. Um dos detidos nesta terça também responderá por porte ilegal de arma de fogo, segundo a corporação.

A operação integra as medidas do gabinete de crise do governo estadual, criado para investigar a origem das bebidas contaminadas e impedir que novos produtos adulterados cheguem ao mercado. As ações envolvem a Polícia Civil, a Vigilância Sanitária e o Instituto de Criminalística, que realizam análises químicas para identificar a presença de metanol — substância altamente tóxica e proibida na composição de bebidas destinadas ao consumo humano.

De acordo com o balanço mais recente da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), divulgado na segunda-feira (13), foram confirmados 28 casos de intoxicação por metanol, com cinco mortes registradas. Outras cem ocorrências suspeitas seguem em investigação.

O governo paulista anunciou ainda uma mudança no protocolo de divulgação dos dados relacionados à crise. A partir desta semana, os boletins com informações atualizadas sobre novos casos e óbitos passarão a ser publicados três vezes por semana, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras.

As autoridades reforçam o alerta à população para que não consumam bebidas sem procedência comprovada e denunciem estabelecimentos suspeitos de comercializar produtos clandestinos. A ingestão de metanol pode causar cegueira, falência múltipla de órgãos e morte em poucos minutos após a contaminação.