20°C 33°C
Lagoa Santa, MG
Publicidade

Pesquisadores da Paraíba desenvolvem método rápido para identificar metanol em bebidas alcoólicas

Técnica utiliza luz infravermelha e pode detectar substâncias adulterantes sem abrir garrafas; projeto busca expansão para uso nacional

07/10/2025 às 11h45
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: Divulgação/UEPB
Foto: Divulgação/UEPB

Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, desenvolveram um método ágil para identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas, usando um equipamento que emite luz infravermelha sobre a garrafa, mesmo que ela esteja lacrada. A tecnologia permite analisar a composição da bebida em poucos minutos, detectando metanol, adição de água ou outros compostos que possam ter sido introduzidos de forma fraudulenta.

A luz infravermelha provoca agitação nas moléculas da bebida, e um software interpreta os dados, identificando alterações em relação à composição original. De acordo com os pesquisadores, o método já demonstrou 97% de acurácia em testes realizados com 464 amostras de cachaça, incluindo amostras deliberadamente adulteradas com metanol, água e etanol veicular.

A pesquisa foi conduzida por membros do Departamento de Química e do Programa de Pós-graduação em Química da UEPB, sob coordenação do professor David Douglas Fernandes. Outro pesquisador envolvido, Felix Brito, explicou que a tecnologia surgiu antes da recente escalada de casos de intoxicação por metanol no Brasil, mas se mostrou oportuna diante do aumento de notificações: até esta segunda-feira (6), eram 200 casos suspeitos sob investigação, 17 confirmados e duas mortes, segundo o Ministério da Saúde.

Além do equipamento que utiliza luz infravermelha, os pesquisadores trabalham no desenvolvimento de um canudo que muda de cor em contato com o metanol. O dispositivo funcionaria de maneira semelhante a um teste de gravidez: a bebida umidifica um algodão contendo um agente indicador, que mudaria de cor para rosa caso detectasse metanol. Diferente da tecnologia por luz infravermelha, o canudo exigiria a abertura da garrafa, mas seria mais acessível financeiramente.

A criação da tecnologia contou com colaboração da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq). Inicialmente, os estudos utilizaram cachaça para verificar se a bebida tradicionalmente consumida no estado havia sido adulterada, seja por compostos naturais da produção ou por adições fraudulentas.

Em reunião por videoconferência no último sábado (4), os pesquisadores e reitores da UEPB apresentaram o projeto ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, discutindo possibilidades de expansão nacional. Segundo Brito, a expectativa é que, em 30 a 40 dias, a tecnologia comece a ter impacto significativo na detecção de metanol, facilitando a fiscalização e aumentando a segurança do consumo de bebidas alcoólicas em todo o país.

A equipe ainda planeja transferir a tecnologia para produção em larga escala, especialmente no caso do canudo indicativo, para que órgãos de vigilância, fiscalização e consumidores possam utilizar o método de maneira prática e acessível.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Lagoa Santa, MG
32°
Parcialmente nublado

Mín. 20° Máx. 33°

31° Sensação
2.06km/h Vento
30% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
05h31 Nascer do sol
05h54 Pôr do sol
Qua 31° 18°
Qui 30° 17°
Sex 27° 17°
Sáb 30° 17°
Dom 30° 16°
Atualizado às 12h04
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,34 +0,63%
Euro
R$ 6,24 +0,31%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 689,938,95 -2,60%
Ibovespa
141,323,80 pts -1.63%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade