As vendas de bebidas destiladas em Minas Gerais tiveram queda de aproximadamente 60% após a divulgação dos casos de intoxicação por metanol registrados em São Paulo. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (3) pelo presidente da Fecomércio-MG, Nadim Donato, durante o evento Inova Varejo, realizado no Minascentro, em Belo Horizonte.
De acordo com Donato, a retração é reflexo direto da apreensão do setor diante do avanço das notificações no país. “Aconteceu em São Paulo, mas acende um alerta aqui. Muitos dos nossos varejistas retiraram os produtos dos bares e estão segurando, com medo de afetar a saúde de algum consumidor”, disse o dirigente. Ele ressaltou, no entanto, que até o momento não há registro de bebidas adulteradas com metanol em Minas Gerais.
O levantamento da Fecomércio indica que a queda nas vendas não decorre apenas da preocupação dos consumidores, mas também da decisão preventiva de comerciantes que suspenderam a comercialização de algumas marcas. Donato defendeu maior rigor na fiscalização, para que o setor possa atuar com segurança e a população tenha tranquilidade ao consumir. “Minas Gerais produz uísques e gins premiados internacionalmente, além de cervejas reconhecidas. É um mercado em expansão, mas situações como essa afetam toda a cadeia e se somam a problemas já enfrentados, como roubo de carga e sonegação fiscal”, pontuou.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até a tarde de quinta-feira (2) o Brasil contabilizava 59 notificações de intoxicação por metanol. Onze delas já foram confirmadas por exames laboratoriais. Uma morte foi atestada em São Paulo e outras sete seguem em investigação — duas em Pernambuco e cinco também no estado paulista.
No mesmo dia, a Polícia Federal e o Ministério da Agricultura deflagraram uma operação de fiscalização em indústrias de bebidas de diferentes estados, incluindo Minas Gerais. Em Poços de Caldas, no Sul do estado, foram coletadas amostras de bebidas para análise químico-sanitária. A mesma ação ocorreu no interior paulista e em cidades de Santa Catarina, como Chapecó e Joinville. O objetivo é verificar a conformidade dos produtos e identificar eventuais irregularidades no processo de fabricação.
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