O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta-feira (3), que o Brasil soma 113 notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Do total, 11 já tiveram a presença da substância confirmada em exames laboratoriais e 102 seguem em investigação.
A maior parte dos casos foi registrada em São Paulo, que concentra 101 notificações — todas as confirmações laboratoriais estão nesse estado. Pernambuco aparece com seis registros, seguido de Bahia e Distrito Federal, com dois casos cada, além de Paraná e Mato Grosso do Sul, com um caso suspeito cada.
Entre os pacientes notificados, 12 morreram. Apenas uma dessas mortes foi confirmada como consequência direta da ingestão de metanol, em São Paulo. As outras 11 permanecem sob análise: oito em São Paulo, uma em Pernambuco, uma na Bahia e uma em Mato Grosso do Sul.
As notificações são repassadas ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (Cievs), que consolida os dados enviados pelas unidades estaduais. Para dar mais transparência, a pasta passou a divulgar boletins diários com os números de casos e óbitos.
Com o objetivo de ampliar a resposta à crise, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico, utilizado como antídoto em casos de intoxicação por metanol. Além disso, está em andamento a aquisição de outras 150 mil ampolas, o que representa 5 mil tratamentos adicionais para a rede pública de saúde.
Outra frente de ação é a negociação para obter o fomepizol, considerado um dos principais antídotos contra intoxicação por metanol. A pasta enviou pedidos de doação e cotação de compra a empresas e instituições da Índia, Estados Unidos e Portugal. Também foi formalizado um pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para fornecimento emergencial de 100 tratamentos, com intenção de adquirir até 1 mil unidades adicionais pelo Fundo Estratégico da entidade.
Na quarta-feira (1º), o ministério reforçou a necessidade de estados e municípios notificarem imediatamente qualquer caso suspeito, a fim de garantir a agilidade na investigação e no tratamento. Também foi instalada uma sala de situação nacional, que funcionará de forma extraordinária para monitorar os registros e coordenar as medidas de enfrentamento até que o risco sanitário esteja controlado.
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