A veterinária Carolina Arruda, de 28 anos, moradora de Bambuí, no Centro-Oeste de Minas Gerais, obteve na Justiça autorização para cultivar maconha em casa para fins medicinais. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu uma liminar que permite o plantio da Cannabis para a produção do próprio medicamento, diante do diagnóstico de neuralgia do trigêmeo, doença neurológica rara e de forte impacto na qualidade de vida.
Conhecida popularmente como a “pior dor do mundo”, a neuralgia do trigêmeo provoca crises intensas de dor facial, o que já levou Carolina a sucessivas internações ao longo de mais de uma década de tratamento. Segundo o processo, o uso medicinal da Cannabis trouxe benefícios significativos, como melhora na tolerância à dor, no sono, na ansiedade e na disposição diária.
Por conta das limitações físicas de Carolina, a decisão judicial também autoriza que o marido, Pedro Augusto Arruda Leite, seja responsável pelo cultivo. A medida estabelece condições rigorosas: o plantio será fiscalizado por autoridades policiais e sanitárias, e é vedada qualquer forma de comercialização, doação ou compartilhamento da matéria-prima ou de derivados. Caso haja excesso na produção, o plantio poderá ser interrompido e destruído.
A história da jovem ganhou repercussão nacional após ela expor nas redes sociais sua luta contra a dor crônica e relatar que, em momentos de desespero, chegou a cogitar a eutanásia na Suíça. Apesar do avanço representado pela liminar, a decisão ainda é passível de recurso.
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