Quase 4 mil pessoas se inscrevem para acompanhar julgamento de Bolsonaro no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu quase 4 mil inscrições de pessoas interessadas em acompanhar o julgamento dos oito réus do chamado núcleo 1 da suposta tentativa de golpe de Estado, que terá início na próxima terça-feira (2). Entre os inscritos, 3.357 são do público em geral, enquanto 501 correspondem a jornalistas nacionais e internacionais, todos já credenciados para a cobertura.

O julgamento ocorrerá na sala de sessões da Primeira Turma do STF e seguirá um calendário pré-definido: as sessões estão marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em horários que variam entre 9h e 19h, dependendo da data. Devido à limitação de espaço, apenas 80 cadeiras estarão disponíveis para jornalistas dentro da sala, e os demais profissionais poderão acompanhar o julgamento em área externa do prédio, com telão e cadeiras, localizada no térreo do Anexo 2.

O STF orientou que não será permitida captação de imagens ou transmissões ao vivo de dentro do plenário, mesmo por celular. Todas as sessões serão transmitidas pela TV Justiça e nos canais digitais da emissora, garantindo acesso ao público remoto. O tribunal também organizará a divisão das 150 vagas destinadas ao público geral por sessão, informando previamente os contemplados por e-mail.

O núcleo 1 inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo, como ex-ministros, assessores e militares de alta patente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os réus de planejar ações para fragilizar instituições democráticas e tentar manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Além desses oito réus, outras 24 pessoas estão envolvidas em três núcleos distintos da investigação, com acusações que incluem abolição violenta do Estado democrático, tentativa de golpe e participação em organização criminosa.

O julgamento é considerado um dos mais relevantes dos últimos anos e terá atenção especial da imprensa e da sociedade, por envolver o ex-presidente e altos representantes do seu governo em um caso que discute os limites da democracia no país.