A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, foi fechada nesta sexta-feira (22/8). Em comunicado enviado à equipe na noite anterior, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que a medida tem previsão de durar 60 dias e está relacionada à adaptação do prédio para a instalação do sistema eletrônico Tasy, software de gestão que integra dados assistenciais da rede SUS.
Com o fechamento, 16 leitos pediátricos foram transferidos para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, junto com pacientes e profissionais da unidade. A Fhemig garante que a estrutura do João XXIII é adequada para absorver a demanda e que não haverá prejuízo à assistência.
Apesar da justificativa oficial, a decisão gerou insegurança entre trabalhadores da saúde. Servidores afirmam que foram informados em cima da hora e temem que a medida seja definitiva, a exemplo do que ocorreu no Hospital Maria Amélia Lins, cujo bloco cirúrgico permanece fechado após meses de manutenção. Representantes do Sindsaúde-MG criticaram a falta de diálogo e alertaram que a redução da capacidade no João Paulo II pode comprometer o atendimento infantil em Minas, especialmente em períodos de alta de doenças respiratórias.
O João Paulo II é o único hospital público exclusivamente pediátrico do estado e referência no tratamento de doenças raras. A unidade integra o projeto do futuro Complexo de Saúde Hospitalar Padre Eustáquio (HoPE), em fase de licitação por meio de Parceria Público-Privada (PPP).
A Polícia Civil não tem relação com o caso. Já a Fhemig reforçou, em nota, que a transferência é temporária e que os pacientes receberão atendimento seguro no João XXIII.
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