A Justiça da Itália decidiu manter a prisão cautelar da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), após audiência realizada na última quarta-feira (13). A decisão foi publicada na sexta-feira (15) pelo Tribunal de Apelações de Roma e rejeitou o pedido da defesa para que a parlamentar pudesse cumprir a pena em regime domiciliar.
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), o tribunal considerou legal o mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), além da Difusão Vermelha da Interpol, que embasaram a detenção ocorrida em julho no território italiano. A defesa de Zambelli havia questionado a prisão sob alegações de problemas de saúde, ausência de pedido internacional válido e falta de solicitação formal de extradição. Todos os argumentos foram descartados pela corte.
O único ponto que segue em análise é o estado clínico da deputada. Uma perícia médica oficial será realizada nesta segunda-feira (18), e o laudo será avaliado em nova audiência marcada para o próximo dia 27. Nesse momento, a corte italiana definirá se Zambelli continuará presa preventivamente ou se poderá aguardar em prisão domiciliar por razões médicas.
A parlamentar alega ser portadora da Síndrome de Ehlers-Danlos, doença rara que causa fragilidade nos músculos e articulações. Seus advogados defendem que ela deveria cumprir medidas alternativas enquanto o processo de cooperação internacional segue em andamento.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e por falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. A prisão na Itália foi resultado da cooperação entre autoridades brasileiras e italianas.
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