No mesmo dia em que Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República para 2026, o bloco de oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) divulgou um documento em tom crítico à sua gestão. Formado por parlamentares do PT, PSOL, PV, PCdoB e Rede, o grupo Democracia e Luta afirma que Zema teria “abandonado Minas Gerais” para priorizar um “projeto pessoal de poder”.
A carta, apresentada neste sábado (16), classifica a movimentação política do governador como “pseudocandidatura” e cita problemas em áreas como segurança pública, saúde e educação. Segundo o texto, a gestão estadual teria reduzido recursos para o funcionamento das polícias, negligenciado hospitais regionais e tentado privatizar escolas, além de cortar investimentos no combate à miséria. Também aponta que o estado, apesar de possuir a maior malha rodoviária do país, convive com estradas deterioradas e pedágios considerados caros.
O documento ainda critica a política fiscal do governo mineiro, alegando que renúncias de impostos e privilégios a grandes empresários teriam aumentado a dívida do estado em mais de 50%. O grupo acusa Zema de investir fortemente em publicidade para construir uma imagem positiva enquanto, segundo os opositores, a população sofre com políticas insuficientes.
A oposição também rebateu as críticas feitas pelo governador ao bloco econômico Brics. Segundo o texto, o grupo é responsável por absorver 42% das exportações mineiras, e questiona a contradição de Zema em pedir empréstimos ao banco do bloco enquanto defende a saída do Brasil da aliança internacional.
Para os deputados, o lançamento da pré-candidatura representa mais um capítulo de distanciamento da realidade mineira. “Minas não pode ser tratada como trampolim de ambições pessoais”, diz o texto, que reforça a ideia de que a administração de Zema teria priorizado disputas políticas e nacionais em detrimento das necessidades do estado.
O governador Romeu Zema, por sua vez, ainda não se manifestou sobre as críticas específicas do documento. Durante o evento de lançamento de sua pré-campanha em São Paulo, o mineiro voltou a atacar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O discurso foi marcado por promessas de combate às facções criminosas, redução de supersalários e reformas no setor público.
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