O salário mínimo no Brasil poderá subir para R$ 1.630 em 2026, conforme previsão do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) apresentado pelo governo federal nesta terça-feira (8). Caso confirmado, será o maior valor real do piso nacional em cinco décadas, de acordo com dados do Ministério do Planejamento e Orçamento.
A estimativa leva em conta a inflação projetada pelo INPC, de 4,76%, acrescida de um ganho real de 2,5%, conforme permitido pelo novo arcabouço fiscal. A metodologia atual, retomada em 2023, combina a variação do índice inflacionário com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, neste caso, de 2024.
O novo valor, se aprovado pelo Congresso, entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, com pagamento previsto na folha de fevereiro para trabalhadores da iniciativa privada, servidores públicos, aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais.
Durante audiência no Senado, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que o reajuste é um marco importante na valorização do trabalho, mas reforçou os desafios fiscais que ele representa. Segundo ela, cada real de aumento no mínimo legal gera um acréscimo de R$ 420 milhões nas despesas da União. Estima-se que a Previdência Social absorverá a maior parte desse impacto, com aumento de R$ 115,3 bilhões, compensados parcialmente por uma arrecadação adicional de R$ 71,2 bilhões.
A proposta para 2026 também projeta os próximos reajustes do salário mínimo, com valores estimados de R$ 1.724 para 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.925 em 2029. Esses números ainda dependem de variações futuras da inflação e do desempenho do PIB, sendo ajustados ano a ano nos novos PLDOs.
Entre 2020 e 2022, o salário mínimo teve reajustes apenas com base na inflação, sem ganho real. A política de valorização foi retomada com o objetivo de recuperar o poder de compra dos trabalhadores e ampliar a renda das famílias mais vulneráveis. No entanto, com a implementação do novo arcabouço fiscal, o crescimento das despesas públicas passou a ter um limite, e o ganho real do mínimo foi fixado em até 2,5%.
A proposta para 2026 será analisada pelo Congresso Nacional nos próximos meses. O valor final depende da aprovação do Legislativo e poderá ser ajustado conforme as previsões econômicas forem atualizadas até o fim do ano.
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