Pela primeira vez desde 2019, o Brasil registrou redução no desmatamento em todos os seus biomas. O dado é do relatório anual da rede MapBiomas, divulgado nesta quinta-feira (15), que aponta uma queda de 32,4% na área desmatada em 2024 em comparação com o ano anterior. Ao todo, foram suprimidos 1,24 milhão de hectares de vegetação nativa no país.
Embora o recuo represente um avanço no combate à devastação ambiental, os números ainda são alarmantes. Em média, o país perdeu 3.403 hectares de vegetação por dia — o equivalente a cerca de 4.700 campos de futebol.
A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, teve 1.035 hectares desmatados diariamente, ritmo que equivale à derrubada de aproximadamente sete árvores por segundo. A principal causa continua sendo a expansão da agropecuária, responsável por quase 99% da destruição nesse bioma, segundo a pesquisadora Larissa Amorim, da MapBiomas.
No entanto, foi o Cerrado o mais afetado pelo segundo ano seguido, com uma perda de 652.197 hectares — área comparável à da Região Metropolitana de São Paulo. Somados, Amazônia e Cerrado responderam por quase 89% de toda a área desmatada em 2024.
Apesar disso, houve sinais positivos: dois terços das terras indígenas não sofreram desmatamento no período. Áreas protegidas também apresentaram queda significativa na pressão por destruição.
De 2019 a 2024, o Brasil perdeu 9,88 milhões de hectares de vegetação nativa — área equivalente ao território da Coreia do Sul. A agropecuária respondeu por mais de 97% dessas perdas ao longo dos seis anos. O levantamento da MapBiomas ressalta ainda que o relatório não considera áreas impactadas por queimadas, que também bateram recorde em 2024, impulsionadas por secas severas e calor extremo.
O país abriga seis biomas distintos — Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa —, todos com diferentes características ecológicas e desafios de preservação. O relatório da MapBiomas evidencia que, mesmo com a melhora nos índices, o Brasil ainda enfrenta um cenário crítico em relação à conservação ambiental.
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