O Vaticano entrou em clima de expectativa com a instalação da tradicional chaminé no teto da Capela Sistina, nesta sexta-feira (2), que sinaliza o início da contagem regressiva para o conclave que escolherá o novo papa. A estrutura, montada por bombeiros, será responsável por emitir as simbólicas fumaças que informarão ao mundo se um novo pontífice foi eleito ou se os cardeais ainda não chegaram a um consenso. A primeira votação será na tarde da próxima quarta-feira (7), seguindo o ritual milenar que mistura religiosidade, tradição e mistério.
A fumaça que sairá da chaminé será preta quando nenhum dos cardeais obtiver os votos necessários e branca quando o sucessor de Francisco for finalmente escolhido. A cor da fumaça é resultado de produtos químicos adicionados às cédulas de papel onde os votos são registrados e que, após cada apuração, são incineradas. Embora o Vaticano não tenha divulgado um cronograma fixo, a tradição prevê duas votações pela manhã e duas à tarde, com exceção do primeiro dia, quando haverá apenas uma sessão à tarde.
O conclave segue as diretrizes estabelecidas pela Constituição Apostólica de 1996, promulgada pelo Papa João Paulo II, e funciona como um retiro espiritual. Os cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos, permanecem isolados na Casa Santa Marta (Domus Sanctae Marthae), dentro do território do Vaticano, onde vivem durante todo o processo. A eleição exige que o nome escolhido obtenha dois terços dos votos entre os presentes. A votação é secreta, e três cardeais são nomeados escrutinadores, responsáveis pela contagem dos votos.
Durante os dias de votação, os cardeais seguem uma rotina de orações e celebrações litúrgicas pela manhã e à tarde, antes de cada escrutínio. Caso algum dos eleitores esteja doente e não possa se deslocar até a Capela Sistina, uma urna é levada até ele por três representantes. Se após três dias não houver resultado, a votação é suspensa por um dia de oração e reflexão. Caso a indefinição persista após sete rodadas adicionais, novas pausas podem ser realizadas, e os cardeais podem discutir novas formas de alcançar um consenso.
A expectativa em torno da fumaça branca que se elevará da Capela Sistina cresce a cada dia, trazendo à memória imagens como a de 13 de março de 2013, quando o mundo viu a fumaça branca anunciar o nome de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco. Até que o próximo nome seja revelado, olhos e corações se voltam mais uma vez para o céu do Vaticano.
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