Manifestação “Abrace a Serra da Moeda” reuniu milhares em protesto por proteção das nascentes

Em um ato simbólico marcado pela união e pelo clamor por justiça ambiental, cerca de 3 mil pessoas participaram nesta segunda-feira (21), feriado de Tiradentes, da manifestação “Abrace a Serra da Moeda”, na rampa de voo livre em Brumadinho, conhecida como Topo do Mundo. Organizado pela ONG Abrace a Serra da Moeda, o protesto anual tem como foco alertar para os graves impactos ambientais, sociais e hídricos provocados por grandes empreendimentos que atuam na região, especialmente no uso irresponsável das nascentes da serra.

A concentração começou por volta das 10h e culminou, ao meio-dia, na formação de um grande cordão humano no ponto mais alto da serra, simbolizando um abraço coletivo em defesa da natureza. A presidente da ONG, a advogada ambientalista Beatriz Vignolo, destacou que há empreendimentos que exploram os recursos hídricos da Serra da Moeda sem qualquer responsabilidade, rebaixando o lençol freático e ameaçando o abastecimento de milhares de famílias. Segundo ela, os lucros são concentrados nas empresas, enquanto os prejuízos são socializados com toda a população.

Desde 2008, a mobilização ocorre anualmente no dia 21 de abril, como forma de resistência e denúncia. A ONG chama atenção para o fato de que essas nascentes são fundamentais para a recarga do rio Paraopeba, afetando diretamente comunidades que dependem da água da serra. “Há 18 anos estamos fazendo essa reivindicação. Não é apenas uma manifestação simbólica, é uma luta pela sobrevivência e pelo equilíbrio ambiental da região. Queremos que as autoridades vejam que não estamos sozinhos, que seguimos atentos e mobilizados”, afirmou Beatriz.

O evento reuniu ambientalistas, moradores da região, lideranças sociais e representantes de movimentos em defesa da água e do meio ambiente. Em meio ao cenário natural da serra, os participantes reforçaram a necessidade urgente de se repensar o modelo de exploração econômica que compromete recursos naturais essenciais à vida. A mensagem foi clara: a Serra da Moeda não está à venda e precisa ser preservada para as presentes e futuras gerações.