O Papa Francisco, conhecido como Jorge Mario Bergoglio, faleceu na madrugada desta segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos, no Vaticano. O falecimento foi confirmado às 2h35 (horário de Brasília), marcando o fim de um pontificado que durou 12 anos e deixou profundas marcas na história recente da Igreja Católica. Primeiro papa latino-americano e jesuíta a chegar ao trono de Pedro, Francisco será lembrado por sua postura humilde, a defesa incansável dos pobres e marginalizados e os esforços constantes para aproximar a Igreja dos desafios contemporâneos, mesmo diante de fortes resistências internas.
Desde sua eleição em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Francisco conquistou a admiração de fiéis em todo o mundo, ao mesmo tempo em que enfrentou críticas de setores conservadores do clero por propor mudanças na estrutura e no estilo da Igreja. Embora jamais tenha alterado pilares doutrinários, ele promoveu reformas administrativas, buscou maior transparência financeira, abriu espaços de escuta para leigos, mulheres e populações LGBTQIA+ e incentivou o diálogo inter-religioso e o cuidado com o meio ambiente.
Nos últimos anos, o papa vinha enfrentando sérios problemas de saúde, que se intensificaram em 2024. Desde fevereiro, lutava contra uma bronquite persistente, que chegou a impedi-lo de concluir discursos públicos. Em diversas ocasiões, precisou de cadeira de rodas ou bengala para se locomover e foi submetido a cirurgias delicadas, como a do abdômen em junho de 2023. Apesar das limitações físicas, manteve uma rotina ativa até os últimos meses, incluindo longas viagens internacionais e celebrações litúrgicas. Neste domingo de Páscoa, um dia antes de sua morte, publicou em suas redes sociais uma mensagem de esperança: “Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça”.
O anúncio oficial do falecimento foi feito pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, Camerlengo da Igreja, que expressou profunda tristeza e exaltou a vida dedicada do papa ao serviço de Deus e da humanidade. “Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, declarou em nota.
A morte de Francisco abre caminho para um novo conclave, que reunirá cardeais do mundo inteiro para eleger o próximo papa. Enquanto isso, o mundo católico se despede de um líder que humanizou o papado, enfrentou crises com franqueza e procurou tornar a Igreja mais próxima das dores e esperanças da sociedade moderna.
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