Belo Horizonte ocupa a terceira posição entre as capitais brasileiras com maior número de pessoas em situação de rua, conforme revelou um levantamento do grupo Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado nesta segunda-feira (14). Segundo o estudo, a capital mineira conta atualmente com 14.454 pessoas vivendo nas ruas, o que equivale a uma proporção de seis moradores de rua para cada mil habitantes.
O dado coloca BH atrás apenas de São Paulo, que lidera com 96.220 pessoas em situação de rua, e do Rio de Janeiro, com 21.764. Na sequência do ranking aparecem Fortaleza, com 10.045, e Salvador, com 10.025. Os números foram obtidos a partir da análise do Cadastro Único (CadÚnico), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), e traçam um panorama alarmante da crise social que atinge centros urbanos em todo o país.
Ao todo, o Brasil contabiliza 335.151 pessoas em situação de rua. A maior parte está concentrada na região Sudeste, com 208.791 registros — o que representa mais da metade do total nacional. O Nordeste aparece em segundo lugar, com 48.374 pessoas, seguido pelas regiões Sul (42.367), Centro-Oeste (19.037) e Norte (16.582).
A pesquisa também traz um recorte etário que evidencia a diversidade do grupo em vulnerabilidade. Do total, 88% (294.467 pessoas) têm entre 18 e 59 anos. Idosos representam 9% (30.751), enquanto crianças e adolescentes somam 3% (9.933). Os dados evidenciam que, embora a maior parte da população em situação de rua seja composta por adultos em idade economicamente ativa, há também um contingente significativo de jovens e idosos enfrentando a realidade das ruas.
O estudo reforça a urgência de políticas públicas estruturantes e integradas, capazes de enfrentar não apenas os efeitos, mas também as causas da exclusão social.
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