O dólar teve forte queda nesta quarta-feira (9), encerrando o dia cotado a R$ 5,845, após a surpreendente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender o tarifaço global que ameaçava desestabilizar o comércio internacional — medida que, por enquanto, segue valendo apenas para a China. A notícia provocou uma reviravolta no mercado financeiro, interrompendo uma sequência de quedas na bolsa brasileira e impulsionando o real frente à moeda norte-americana.
Pela manhã, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 6,10, e ainda rondava os R$ 6 até o início da tarde. No entanto, após a divulgação da suspensão das tarifas, a cotação despencou, chegando à mínima de R$ 5,83 por volta das 16h20. A queda diária de R$ 0,152 representa um recuo de 2,54%. Apesar da desvalorização desta quarta-feira, a moeda ainda acumula alta de 2,53% em abril. No acumulado de 2025, porém, registra queda de 5,42%.
O alívio sentido no câmbio também foi refletido no mercado de ações. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 3,15% e encerrou o dia aos 127.796 pontos, revertendo as perdas dos últimos quatro pregões. A movimentação começou negativa, com queda de até 0,82% no início das negociações, mas virou com força após a sinalização da Casa Branca, indicando uma mudança no tom da política comercial norte-americana.
Nos Estados Unidos, os reflexos foram ainda mais impressionantes. Os principais índices de Wall Street dispararam, com o Nasdaq registrando alta de 12,16%, a maior desde janeiro de 2001. O S&P 500 subiu 9,52%, atingindo o maior avanço percentual desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e o Dow Jones valorizou 7,87%. O movimento indica otimismo com a possibilidade de retomada do fluxo comercial e do crescimento global.
A valorização das commodities, diante da perspectiva de uma menor pressão sobre as exportações, favoreceu países emergentes como o Brasil, que têm forte presença no mercado internacional de minérios, petróleo e produtos agropecuários. Com isso, o real se fortaleceu enquanto o dólar perdeu valor frente a moedas como o rublo, o peso mexicano e o rand sul-africano, embora tenha se valorizado frente a divisas fortes como o euro e o franco suíço.
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