O papa Francisco, de 88 anos, está se recuperando gradualmente após semanas de internação por uma grave pneumonia dupla, mas enfrenta desafios na fala devido ao uso prolongado de oxigênio de alto fluxo. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (21) pelo cardeal Víctor Manuel Fernández, chefe do Dicastério para a Doutrina da Fé.
"O papa está indo muito bem, mas o oxigênio de alto fluxo 'seca' tudo. Ele precisa reaprender a falar, mas sua condição física geral é a mesma de antes", afirmou Fernández durante um evento em Roma. O cardeal, no entanto, não especificou se Francisco já consegue se comunicar normalmente.
Internado há cinco semanas, o pontífice apresentou uma leve melhora, segundo a última atualização do Vaticano. Apesar da evolução positiva, ele ainda requer suporte de oxigênio de alto fluxo, administrado por uma cânula nasal, embora não necessite mais de ventilação mecânica desde a última segunda-feira (17).
No dia 6 de março, o Vaticano divulgou um áudio do papa no qual sua voz parecia fraca e difícil de entender, levantando preocupações sobre sua plena recuperação.
Ainda não há uma previsão oficial para a alta hospitalar de Francisco. O cardeal Fernández destacou que a equipe médica quer garantir que ele esteja completamente recuperado antes de liberá-lo, o que coloca em dúvida sua presença na celebração da Páscoa, no dia 20 de abril.
"Ele poderia voltar, mas os médicos querem ter 100% de certeza porque ele acredita que, com o pouco tempo que lhe resta, ele quer se dedicar inteiramente aos outros, não a si mesmo", declarou Fernández.
Diante das especulações sobre uma possível renúncia de Francisco, Fernández negou qualquer intenção do papa de deixar o cargo. "Eu realmente acho que não, não", respondeu o cardeal ao ser questionado sobre a possibilidade.
Nos últimos anos, Francisco enfrentou diversos problemas de saúde, incluindo infecções pulmonares frequentes. Quando jovem, ele teve pleurisia e chegou a ter parte de um pulmão removido, o que o torna mais vulnerável a complicações respiratórias.
A expectativa é que o papa continue seu tratamento sob monitoramento médico e retorne ao Vaticano apenas quando sua recuperação estiver completa.
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