O papa Francisco, de 88 anos, revelou que tem uma carta de renúncia assinada há cerca de dez anos, para ser usada caso sua saúde o impeça de continuar à frente da Igreja Católica. O documento está sob responsabilidade do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
Em entrevista ao jornal espanhol ABC em 2022, Francisco confirmou a existência da carta e afirmou que não teme que o mundo saiba disso. “Assinei a renúncia e disse a ele: ‘em caso de impedimento médico ou algo assim, aqui está minha renúncia. Você a tem’”, declarou o pontífice. Ele também disse não saber o que Parolin fez com o documento desde então.
A saúde do Papa tem sido motivo de preocupação nos últimos dias, principalmente após sua internação no Hospital Gemelli, em Roma, por conta de uma pneumonia bilateral. Francisco foi hospitalizado em 14 de fevereiro, apresentando dificuldades para respirar. Sua agenda oficial foi cancelada até domingo (23).
Se a renúncia de Francisco for confirmada, a Igreja Católica deverá convocar um Conclave, reunião de cardeais de todo o mundo, para eleger um novo papa. O processo seguiria os mesmos moldes do que ocorreu em 2013, quando Bento XVI deixou o cargo alegando idade avançada.
O Código de Direito Canônico prevê a renúncia papal no artigo 332.2, determinando que a decisão precisa ser voluntária e não necessita de aprovação de terceiros. Após a oficialização da renúncia, tem início o período conhecido como Sé Vacante, que se estende até a eleição do novo pontífice. Conforme as regras da Igreja, o Conclave deve ocorrer 15 dias após o início da vacância do cargo.
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