A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou três clínicas de estética em Belo Horizonte durante uma operação de fiscalização realizada nesta semana. Ao todo, oito estabelecimentos tiveram o funcionamento suspenso no país devido a irregularidades graves que comprometeram a segurança dos pacientes. A inspeção ocorreu no Distrito Federal e em três estados, totalizando 31 clínicas vistoriadas, das quais 30 apresentaram algum tipo de problema.
Em Belo Horizonte, os fiscais constataram falhas na esterilização de materiais, reutilização indevida de instrumentos usados, ausência de protocolos de segurança e armazenamento inadequado de produtos. Um dos casos mais preocupantes foi a reutilização de equipamentos para microagulhamento da pele, procedimento que envolve a perfuração da epiderme com agulhas e deve ser realizado com materiais fornecidos para evitar o risco de infecção e transmissão de doenças.
Além disso, foram encontrados produtos vencidos, como tintas para tatuagem e injetáveis, além de materiais sem registro sanitário, como fios de polidioxanona (PDO) utilizados para lifting facial. Também houve apreensão de produtos de preenchimento, como ácido hialurônico, já abertos e armazenados para reutilização, prática proibida pelas normas sanitárias.
Outro problema identificado foi a má organização da Central de Material Esterilizado (CME), que em alguns estabelecimentos era usado como depósito, misturando materiais limpos e sujos, novos e usados, sem qualquer separação adequada. A falta de um plano de gerenciamento de resíduos também foi apontada como uma falha grave, aumentando os riscos de contaminação.
A Anvisa informou que a operação foi motivada pelo alto número de denúncias feitas por clientes e pelo aumento de relatos de eventos adversos graves após procedimentos estéticos. Além da interdição das clínicas que se apresentam como situações mais críticas, os demais estabelecimentos fiscalizados responderão a processos administrativos sanitários e poderão ser multados. As clínicas interditadas permanecerão fechadas até que todas as irregularidades sejam corrigidas e uma nova vistoria ateste a segurança dos serviços prestados.
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