Minas Gerais ocupa o 5º lugar no ranking de estados com mais mortes de pessoas transexuais no Brasil, conforme dados recentes do dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), publicado em janeiro de 2024. O relatório, que abrange os registros de 2023 , revela que o estado, junto com o Brasil como um todo, continua enfrentando altos índices de violência contra pessoas trans. O país liderou o ranking mundial de assassinatos dessa população há 15 anos consecutivos. No ano passado, o Brasil registrou 155 mortes de pessoas trans, das quais 145 assassinatos e 10 suicídios.
A situação se agrava em Minas Gerais, onde a violência contra pessoas trans é alarmante. No último domingo (5 de janeiro), uma mulher transexual de 32 anos, identificada como Jeane Lui, foi morta a tiros em um bar em Belo Horizonte, após uma discussão. O crime está sendo investigado pela polícia, que ainda apura se a motivação foi a transfobia. Jeane, que morava no Morro do Papagaio e tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas, também era conhecida por sua participação ativa na comunidade, sendo responsável pela organização de figurinos na escola de samba Cidade Jardim, a maior campeã do Carnaval de BH. Ela era carinhosamente chamada de "Jeje Sucesso" pelos integrantes da escola.
Dados de estudos realizados pelo Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBTQIA+ (NUH) da UFMG apontam que, entre 2014 e 2022, 151 pessoas trans e travestis foram vítimas de violência em Minas Gerais, com uma alta taxa de homicídios. Um total de 58,9% das vítimas desses crimes eram negras, e 39,3% tinham entre 18 e 29 anos. Uma pesquisa foi realizada em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais e revelou um quadro preocupante de violência em ascensão crescente no estado.
Fonte: O Tempo
Foto: Divulgação/Google
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