A resistência ao exame de toque retal, essencial para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, ainda é uma realidade preocupante entre os homens brasileiros. Os dados apontam que um em cada três homens com mais de 45 anos nunca fez nem pretende realizar o exame, reforçando a necessidade de campanhas como o Novembro Azul, que dedica este mês à conscientização e prevenção da doença.
Segundo pesquisa do AC Camargo Cancer Center e da consultoria Nexus, 44% dos entrevistados desconhecem formas de prevenir o câncer de próstata, que foi responsável por 17 mil mortes no Brasil em 2023, conforme dados do Ministério da Saúde. O levantamento revelou também que muitos acreditam que o tumor só aparece na terceira idade ou que os sintomas são suficientes para buscar ajuda, ou que contrariem orientações médicas. Especialistas, como o urologista Emir de Sá, alertam que o diagnóstico tardio reduz significativamente as chances de cura, destacando que a ausência de sintomas iniciais é uma das principais características desse tipo de câncer.
Estima-se que o número de novos casos de câncer de próstata possa dobrar até 2040, saltando de 1,4 milhão para 2,9 milhões em todo o mundo, conforme estudo publicado na revista Lancet . O aumento da expectativa de vida e fatores como obesidade, histórico familiar e etnia colocam muitos homens em maior risco, exigindo exames a partir dos 45 anos para grupos específicos e dos 50 anos para os demais.
Embora os sintomas como dificuldade ao urinar, aumento da frequência e redução da força do jato urinário sejam indicativos em estágios avançados, a prevenção por meio de consultas regulares é fundamental. Além de exames e diagnóstico precoce, medidas como manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e abandonar o cigarro são recomendadas para reduzir os riscos.
Com tratamentos que variam de cirurgias e radioterapia com vigilância ativa e quimioterapia, o câncer de próstata é frenético quando descoberto cedo. No entanto, o estigma e o desconhecimento ainda são barreiras significativas que o Novembro Azul busca superar, promovendo uma mudança de cultura e maior cuidado com a saúde masculina.
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